O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados acaba de aprovar a suspensão do mandato do deputado André Janones (Avante-MG) por quebra de decoro. A decisão tem efeito por três meses. O deputado ainda pode recorrer ao plenário da Casa.
André Janones foi acusado de destratar Nikolas Ferreira, xingando-o de vira-latas e capacho, após pronunciamento na tribuna em que o deputado do PL leu a carta de Donald Trump informando sobre o embargo tarifário ao Brasil.
A confusão envolveu vários parlamentares de oposição que reagiram em defesa de Nikolas. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), teve de intervir e chegou a acionar a Polícia Legislativa.
Em representação à Mesa Diretora, o Partido Liberal (PL) solicitou a suspensão cautelar de Janones por seis meses, mas o relator, deputado Fausto Santos Jr (União-AM), reduziu o prazo pela metade.
Santos Jr. disse que Janones extrapolou a liberdade de expressão e a imunidade parlamentar, com “dolo evidente” e linguagem “ultrajante”. O Conselho ainda decidirá sobre a abertura de processo disciplinar, que pode levar à cassação do mandato.
Acompanhado do advogado, Janones pediu desculpas pela confusão e alegou que estava reagindo a provocações, mas não convenceu. O parlamentar mineiro chegou a ser investigado pela PF por rachadinha, mas firmou um acordo de não persecução penal com a PGR, pagou uma multa e se livrou do processo.