Em meio à crise gerada pelo anúncio de novas tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou duramente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por sua atuação na reunião com representantes do setor empresarial paulista. O encontro, realizado no Palácio dos Bandeirantes, buscou discutir os impactos do “tarifaço” anunciado por Donald Trump na última semana .
Em sua conta no X, Eduardo Bolsonaro escreveu: “Se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades” e completou: “Mas como, para você, a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda” .
As tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras foram anunciadas por Trump em 9 de julho de 2025 e entrarão em vigor em 1º de agosto, em retaliação às decisões do Supremo Tribunal Federal contra Jair Bolsonaro e para pressionar o governo brasileiro a interromper processos contra o ex-presidente . A medida afeta setores estratégicos como agronegócio, metalurgia e bens de consumo, conforme alerta o mercado .
O governador Tarcísio de Freitas, entrevistado pela CNN Brasil na noite de segunda-feira (14), relativizou as críticas: “Sem problema. Neste momento, estou olhando para São Paulo, para o seu setor industrial, para sua indústria aeronáutica, de máquinas e equipamentos, para o nosso agronegócio, para nossos empreendedores e trabalhadores” . Para aliados do Palácio dos Bandeirantes, o objetivo do encontro com empresários é reforçar o papel de Tarcísio como interlocutor confiável diante da escalada protecionista americana.
Cotado como possível candidato à Presidência da República em 2026, o governador paulista intensifica a interlocução com representantes dos setores mais atingidos, na tentativa de demonstrar capacidade de negociação e mitigação de crises externas . O governo federal também convocou, para a tarde desta terça-feira (15), um encontro paralelo em Brasília, buscando centralizar a estratégia nacional frente ao “tarifaço”.
A discussão sobre o aumento das tarifas externas expõe as divergências políticas no campo conservador e levanta questionamentos sobre a coesão da base de apoio ao governo anterior, enquanto o Brasil se prepara para responder diplomaticamente às imposições comerciais.
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