Bia Kicis volta a mudar discurso, expõe contradições de políticos tradicionais e chama Gonet de perseguidor implacável

Foto: Agência Câmara/Pablo Valadares
Foto: Agência Câmara/Pablo Valadares

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) reviu publicamente a avaliação que fez sobre o procurador-geral da República, Paulo Gustavo Gonet Branco. Em novembro de 2023, ela chegou a elogiar a nomeação de Gonet pelo presidente Lula: “É, sem dúvida, um nome muito bom porque é uma pessoa muito técnica” . À época, Kicis destacou o perfil “católico, conservador, pró-família e pró-vida” do procurador, acreditando que sua atuação técnica “traria segurança jurídica” ao cargo.

Nesta terça-feira, 15 de julho de 2025, após a PGR apresentar ao Supremo Tribunal Federal as alegações finais da Ação Penal nº 2.668/DF — que pede a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus por tentativa de golpe de Estado — a parlamentar classificou o pedido como “gravíssimo” e uma “perseguição implacável” ao ex-chefe do Executivo .

Em post em sua conta no X, Kicis defendeu Bolsonaro e demais investigados: “Perseguição implacável! Toda minha solidariedade ao Presidente @jairbolsonaro e a todos os demais que, como ele, estão sendo atacados politicamente.” .

Essa oscilação evidencia as contradições típicas de políticos comuns e tradicionais, que adaptam seus discursos e avaliações de acordo com conveniências políticas e eleitorais — ora louvando a “técnica” de um nome indicado, ora acusando o mesmo de perseguição, conforme já se observou em análises sobre as negociações de Jair Bolsonaro com o Centrão, que revelaram contradições em seu discurso .

Analistas políticos avaliam que a virada reforça o alinhamento de Kicis com o ex-presidente e acentua o discurso de combate ao que ela chama de “ativismo judicial”. A mudança abrupta de tom sinaliza tensão entre setores do Legislativo aliado e o Ministério Público Federal, indicando que a polêmica poderá intensificar o embate entre os Poderes no período pré-eleitoral de 2026.

O episódio evidencia a volatilidade de apoios políticos e realça o papel estratégico do procurador-geral em momentos de alta carga política. Em um contexto de debates acirrados sobre a independência das instituições, a mudança de postura de Bia Kicis reforça a percepção de que, na política brasileira, os alinhamentos podem ser tão técnicos quanto passageiros.

Sobre o autor
Hamilton Silva é jornalista, economista e editor do portal DFMobilidade, com mais de 13 anos de experiência em jornalismo político e econômico no Distrito Federal

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