Em licitação publicada no Diário Oficial da União no dia 8 de julho, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República autorizou despesa de R$ 7,4 milhões para a organização do desfile cívico-militar de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios. O valor, que inclui montagem de arquibancadas, palanques, sonorização, iluminação, segurança e brindes personalizados, agrava o desequilíbrio fiscal de uma gestão que impõe contingenciamento a áreas sociais prioritárias .
O montante reservado para o evento é praticamente o dobro dos R$ 3,1 milhões gastos em 2023 e equipara-se ao previsto no ano passado, apesar do governo alegar “falta de recursos” para corrigir defasagens tributárias e financiar programas sociais .
Enquanto isso, a correção integral da tabela do Imposto de Renda, defasada desde 2015, foi restringida a um reajuste parcial que, segundo o Ministério da Fazenda, reduz o impacto de mais de R$ 100 bilhões anuais para cerca de R$ 25 bilhões, “pois não há condições de arcar com a recomposição total neste momento” . Paralelamente, em junho, o Congresso Nacional derrubou em votação histórica o decreto do Executivo que elevava as alíquotas do IOF sobre operações cambiais e remessas ao exterior, em um episódio que expôs o conflito entre Planalto e Parlamento e a dependência de manobras judiciais para repor receitas .
Críticos apontam contradição entre o discurso de austeridade e o caráter elitizado da celebração, limitada a autoridades, convidados pessoais do casal presidencial e militares. Para associações de servidores públicos e partidos de oposição, o evento funciona como “vitrine ideológica” em um momento de aperto fiscal e crescente insatisfação social.
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