Segundo nota divulgada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em 2 de julho de 2025, o painel do Impostômetro alcançou a marca de R$ 2 trilhões em tributos pagos pelos brasileiros nesta quinta-feira, 3 de julho, às 17h17. Esse total representa um crescimento de 11,1% em relação ao mesmo período de 2024, quando o marcador registrava R$ 1,8 trilhão .
O Impostômetro está instalado na sede da ACSP, no Centro Histórico de São Paulo, e agrega em tempo real impostos, taxas, contribuições, multas, juros e valores de correção monetária recolhidos pelas esferas federal, estadual e municipal. Os números podem ser acompanhados pelo site oficial, em impostometro.com.br .
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Para o economista Ulisses Ruiz de Gamboa, do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da ACSP, a antecipação de 19 dias em relação a 2024 reflete uma combinação de fatores: “Entre eles, destaca-se o aquecimento da atividade econômica”, afirma, acrescentando que “a inflação também desempenhou um papel relevante, uma vez que o sistema tributário brasileiro é majoritariamente baseado em impostos sobre o consumo, que incidem diretamente sobre os preços dos bens e serviços”. Segundo ele, contribuíram ainda a elevação das alíquotas do ICMS e medidas do Governo Federal, como a tributação de offshores, a reoneração dos combustíveis, as mudanças na tributação de incentivos fiscais estaduais e a retomada do voto de qualidade no CARF .
Apesar da forte arrecadação, Ruiz de Gamboa alerta que as perspectivas para 2025 são mais modestas: “Embora novos ajustes de alíquotas e a inflação continuem impulsionando a arrecadação, o crescimento econômico esperado neste ano é menor, devido principalmente à elevação da taxa básica de juros (Selic)” .
Dados da plataforma Ga$to Brasil, iniciativa lançada em abril de 2025 pela ACSP em parceria com a CACB, mostram que os gastos não financeiros (primários) do setor público já ultrapassaram R$ 2,6 trilhões no mesmo período, resultando em um descompasso de R$ 600 bilhões entre arrecadação e despesas, sem incluir os juros da dívida pública. Esse desequilíbrio evidencia problemas de solvência nas contas governamentais .
Em comparação histórica, em 2024 o Impostômetro só havia atingido R$ 2 trilhões em 21 de julho, o que demonstra ritmo de crescimento da arrecadação cada vez mais acelerado, impulsionado pela alta carga tributária e pelos efeitos da inflação .
Diante desse cenário, volta ao centro do debate a necessidade de uma profunda reforma tributária que simplifique o sistema, reduza alíquotas distorcivas e aumente a transparência no uso dos recursos públicos, em um contexto de crescimento econômico contido e elevado endividamento do setor público. Enquanto a arrecadação bate novos recordes, cresce também a pressão para que essa receita seja revertida em serviços públicos de qualidade e no alívio da carga tributária sobre famílias e empresas.
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