O governo italiano aprovou, em reunião do Conselho de Ministros, a concessão de 497.550 autorizações de trabalho para cidadãos não pertencentes à União Europeia no triênio de 2026 a 2028, iniciando com 164.850 permissões já no primeiro ano do novo ciclo .
A medida atende ao cenário de forte pressão demográfica do país, que registrou, em 2024, 281 000 óbitos a mais do que nascimentos, resultando num declínio populacional de 37 000 habitantes, conforme dados oficiais divulgados pelo governo .
Trata-se da segunda ampliação expressiva das cotas desde que Giorgia Meloni assumiu o cargo de primeira-ministra. No período anterior, para 2023–2025, já haviam sido autorizados mais de 450 000 vistos de trabalho — um aumento de quase 150% em comparação ao triênio de 2020–2022 .
Do total de novas permissões previstas para 2026–2028, 164 850 serão concedidas já no primeiro ano, com as demais distribuídas de forma decrescente até 2028. A maior fatia, cerca de 267 000 autorizações, destina-se a trabalho sazonal nos setores agrícola e turístico, conforme balanço divulgado pela autoridade de imigração .
Em comunicado oficial, o Palácio de Chigi afirmou que “as cotas foram determinadas levando em conta as necessidades expressas pelos parceiros sociais e as reais aplicações de autorizações de trabalho apresentadas nos anos anteriores, com o objetivo de um programa que responda às necessidades das empresas e seja também realista” .
Paralelamente à abertura de vagas para trabalhadores estrangeiros, o governo de Meloni manteve seu endurecimento contra a imigração irregular, acelerando processos de repatriação e impondo restrições às operações de organizações humanitárias que realizam resgates no Mediterrâneo .
O plano enfrenta desafios de implementação: em junho de 2024, Meloni requisitou ao procurador-geral da República investigação sobre quadrilhas que exploravam o sistema de vistos de trabalho para tráfico de pessoas. Uma operação recente prendeu mais de 40 suspeitos por fraudes em aproximadamente 2 500 requerimentos desde 2020, com pagamentos que chegavam a € 7 000 por visto .
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