Em 18 de junho de 2025, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil elevou, por unanimidade, em 0,25 ponto percentual, a taxa Selic, de 14,75% para 15% ao ano, marcando a sétima alta consecutiva e atingindo o nível mais alto desde maio de 2006.
Há um ano, em junho de 2024, a Selic estava em 10,5% ao ano, o que evidencia o ritmo acelerado de aperto monetário adotado para conter a inflação.
O aumento da Selic nos últimos meses impacta diretamente o Plano Safra 2025/2026. Conforme relato da CNN Brasil, todas as linhas de crédito agrícola devem registrar alta entre 1,5 e 2 pontos percentuais em comparação ao ciclo anterior; no mercado financeiro, essa elevação é estimada entre 1 e 2 pontos percentuais. Fontes familiarizadas com o assunto afirmam que, em algumas modalidades, a correção pode chegar a 2,5 pontos percentuais.
Para mitigar esses efeitos, o Ministério da Agricultura tem direcionado mais recursos à equalização de juros e adotado mecanismos como a divisão do crédito com base em swap cambial, reduzindo parcialmente a exposição ao aumento da Selic. Ainda assim, produtores de médio porte podem ver suas taxas de custeio subirem de 8% para cerca de 9% ao ano, enquanto grandes produtores podem enfrentar encargos de até 13,5% ao ano, segundo projeções do setor financeiro.
O novo patamar de juros encarece o custo do crédito rural e pode limitar investimentos em modernização e aquisição de insumos, especialmente em um contexto de orçamento federal restrito. Analistas alertam para o risco de impacto na produção agrícola e na competitividade do agronegócio brasileiro.
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Hamilton Silva
Economista (UCB, 1998), pós-graduado em gestão financeira, jornalista há mais de 25 anos e fundador/editor-chefe do portal DFMobilidade.
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