Em conversa recente com Lula, Davi Alcolumbre foi enfático: para destravar a relação do Planalto com o Congresso, Lula precisa resolver dois problemas — Rui Costa e Fernando Haddad.
De acordo com duas fontes a par do diálogo, Alcolumbre reforçou uma avaliação dominante em parte do centrão, especialmente entre senadores: tanto Rui quanto Haddad não querem – ou não sabem – dialogar com o Congresso e, além disso, não conduzem a agenda governista com a competência necessária.
Lula apenas ouviu, evidentemente. Embora faça críticas pontuais e reservadas ao desempenho de seus ministros, o presidente considera ambos peças essenciais do governo. Não há perspectiva de mudança.
Alcolumbre sabe disso. Em outras palavras, disse a Lula que, com os dois, o governo petista dificilmente dará certo. Isoladamente, essa pressão teria efeito limitado; porém, o momento é ruim: a reprovação ao governo está em nível recorde, e, segundo pesquisas quantitativas e qualitativas recentes, as chances de Lula eleger um sucessor são modestas.
O enfraquecimento político pode não obrigar o presidente a bicar Costa ou Haddad, mas aumenta a probabilidade de ele ceder mais espaço — e poder — a Alcolumbre e a outras lideranças do centrão.