No dia 13 de junho de 2025, o ativista brasiliense Thiago Ávila desembarcou em solo nacional após ser detido pelas forças israelenses durante missão humanitária à Faixa de Gaza, a bordo do veleiro Madleen . Por trás da imagem de socorro humanitário, porém, está um currículo marcado por filiações e alianças que o colocam no espectro da extrema esquerda, tanto no cenário doméstico quanto em redes transnacionais.
Em 2022, Ávila lançou-se candidato a deputado federal pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), sigla de esquerda ampla que abriga correntes que vão do socialismo democrático ao ecossocialismo revolucionário . Ainda no início de 2025, rompeu com o PSOL juntamente com a tendência interna Revolução Ecossocialista — agrupamento que defende a superação do capitalismo por meio de uma revolução socialista ecológica, alinhada ao marxismo revolucionário .
Sua militância extrapola as fronteiras nacionais. Em junho de 2024, participou do “International Summit on Gaza” em Teerã, evento promovido pela linha oficial iraniana e que reuniu, entre outros, o presidente do Parlamento do Irã, Mohammad Bagher Ghalibaf . Pouco depois, esteve no funeral de Hassan Nasrallah, líder máximo do Hezbollah — organização político-militar xiita libanesa classificada como terrorista por diversos países — atuando como documentarista das cerimônias de óbito no Líbano .
O estreito relacionamento com o governo iraniano ficou evidente quando a Embaixada do Irã em Brasília prestou-lhe homenagem oficial, louvando seu “trabalho de comunicação e solidariedade com a causa Palestina” . Essas conexões reforçam laços ideológicos com regimes acusados de violações de direitos humanos, em contraste com o discurso de ação estritamente humanitária.
Além das missões no Médio Oriente, Ávila mantém forte presença digital. Com mais de 800 mil seguidores em sua conta no Instagram, o militante utiliza a plataforma para propagar narrativas alinhadas à sua visão anticapitalista e pró-Palestina, angariando simpatizantes no Brasil e no exterior . O uso dessas redes, associado às suas atividades de campo, reforça sua posição como um dos principais representantes da nova esquerda radical brasileira.
Embora reivindique motivações humanitárias, o histórico de Thiago Ávila — do PSOL à ‘Revolução Ecossocialista’, das coalizões pró-Gaza ao apoio de governos autoritários — demonstra confluência com grupos e doutrinas de extrema esquerda. Essa articulação político-ideológica convida à reflexão: até que ponto suas ações transcendem a filantropia e servem a uma agenda revolucionária de mudança estrutural do sistema?
sobre o autor
Hamilton Silva é jornalista, economista e editor-chefe do Portal DFMobilidade, com mais de 25 anos de experiência em cobertura política e temas de mobilidade urbana.
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