Itamaraty incumbiu a embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti de neutralizar a articulação de sanções promovida pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro junto ao governo dos Estados Unidos e de resguardar a autoridade do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal .
Nos últimos meses, Eduardo Bolsonaro, terceiro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, licenciou-se do mandato de deputado federal para residir em Washington D.C. e estreitar laços políticos com integrantes do governo Trump, numa tentativa explícita de pressionar por punições ao ministro Alexandre de Moraes . Conforme pedido da Procuradoria-Geral da República, o Supremo Federal já analisa investigação contra o parlamentar por ações de lobby que podem configurar obstrução de justiça e intimidação de autoridades brasileiras .
Segundo apuração em fontes oficiais do Ministério das Relações Exteriores, a embaixadora Viotti foi orientada a reforçar o diálogo com a cúpula do Departamento de Estado norte-americano, destacando o amplo histórico de cooperação bilateral e advertindo que sanções a integrantes do STF seriam percebidas como ataque à soberania nacional. O Brasil conta hoje com cerca de 4 mil empresas americanas em operação e os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do país .
Maria Luiza Ribeiro Viotti, primeira mulher a chefiar a missão brasileira em Washington desde junho de 2023, é diplomata de carreira desde 1976, mestre em Economia pela Universidade de Brasília e ex-representante permanente junto à ONU, além de chefe de gabinete do secretário-geral António Guterres (2017–2021) . Sua experiência, aliada à missão estratégica concedida pelo Itamaraty, traduz a prioridade do governo federal em assegurar a integridade das instituições judiciais brasileiras diante de pressões externas.
O episódio expõe a tensão entre o Planalto e o bolsonarismo, que busca apoio externo para minar a autonomia da Justiça. Resta acompanhar como o STF — e, em especial, o ministro Alexandre de Moraes — reagirá ao avanço desse embate diplomático, cujos desdobramentos poderão redesenhar as relações entre Brasil e Estados Unidos na véspera do pleito presidencial de 2026.
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