Na noite de domingo, 25 de maio de 2025, por volta das 21h20, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi acionada para atender uma ocorrência de homicídio na Quadra 12 do Setor Oeste, Gama. No local, encontraram um homem com diversos ferimentos causados por arma branca. A companheira da vítima foi detida em flagrante e conduzida à 20ª Delegacia de Polícia para as providências legais, enquanto peritos da Polícia Civil iniciaram a apuração dos fatos.
Segundo relatório oficial da PMDF, a suspeita relatou que o crime teria sido motivado por desavenças relacionadas a supostas traições e ameaças sofridas no convívio conjugal. A autuada possui extensa ficha criminal, com passagens anteriores por corrupção de menores, roubo em estabelecimentos comerciais, lesão corporal e porte ilegal de arma branca. Durante a abordagem, não ofereceu resistência.
De acordo com o Atlas da Violência 2025, divulgado pelo Ipea em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou 45.747 homicídios em 2023, o equivalente a uma taxa de 21,2 casos por 100 mil habitantes, sendo que aproximadamente 91% das vítimas eram do sexo masculino. Embora o relatório não discrimine especificamente os homicídios domésticos cometidos contra homens, criminologistas apontam que trata-se de um fenômeno que demanda maior investigação e políticas direcionadas Serviços e Informações do Brasil.
No ordenamento jurídico brasileiro, o homicídio praticado contra homens — inclusive no contexto doméstico — é tipificado genericamente no Código Penal (arts. 121 e §§), sem qualificadoras específicas por gênero. A Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), embora criada para proteger mulheres em situação de violência doméstica, tem sido aplicada por analogia em casos nos quais homens demonstram vulnerabilidade semelhante, conforme precedentes jurisprudenciais.
Especialistas em violência de gênero ressaltam que, apesar da predominância de vítimas femininas em estatísticas de violência doméstica, a subnotificação de casos em que homens são agredidos por parceiras ainda é relevante. Estereótipos culturais e receio de estigmatização fazem com que muitos crimes não sejam denunciados, o que reforça a necessidade de ampliar campanhas de prevenção e canais de acolhimento para todas as vítimas.