Moro aponta ‘República do improviso’ no governo Lula após confusão do IOF

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Em 23 de maio de 2025, o senador e ex-ministro Sergio Moro publicou em seu perfil no X (antigo Twitter) uma crítica contundente à condução das políticas fiscais do governo federal: “Estamos na República do improviso e parece que não tem ninguém responsável no Governo Lula.”

Na quinta-feira, 22 de maio de 2025, a equipe econômica anunciou um pacote de elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que atingia operações de crédito, remessas ao exterior e aplicações de fundos nacionais no exterior. A antecipação de detalhes pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, durante evento na Bolsa de Valores (B3), sem prévia comunicação oficial da Fazenda, provocou críticas até mesmo de aliados do governo, como o influenciador Felipe Neto.

Na manhã seguinte, o Ministério da Fazenda revogou parcialmente o decreto, mantendo zerada a alíquota para investimentos externos de fundos nacionais e fixando em 1,1% a cobrança sobre remessas de pessoas físicas ao exterior. A medida, publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União, foi justificada pela pasta como uma “necessidade técnica” após alertas do mercado financeiro.

Em seu tweet, Moro associou diretamente a reversão à falta de planejamento: “Estamos na República do improviso e parece que não tem ninguém responsável no Governo Lula.” A crítica aponta para a percepção de descoordenação interna e reação tardia da equipe econômica, em um momento em que a credibilidade fiscal é essencial para manter a estabilidade do mercado.

Especialistas avaliam que, embora a agilidade na correção demonstre abertura ao diálogo com o mercado, o episódio expõe fragilidades na comunicação entre diferentes pastas do governo. Para o economista João Pereira, da Fundação Getulio Vargas (FGV), “o desencontro nas informações fragiliza a confiança dos investidores e pode elevar o custo de captação do país no exterior”.

Em nota oficial, o Palácio do Planalto afirmou que as revisões “fazem parte do esforço para manter o equilíbrio fiscal e demonstram a capacidade de reação rápida diante de apontamentos técnicos”, sem mencionar diretamente as críticas de Moro.

Com o caso, cresce o escrutínio sobre a governança fiscal da administração Lula, alimentado tanto por vozes do mercado quanto por membros da oposição, que cobram maior clareza e previsibilidade na condução das contas públicas.


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Hamilton Silva é jornalista, economista e editor-chefe do Portal DFMobilidade.com.br.

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