Em 2024, sob o comando do presidente Javier Milei, a Argentina registrou a menor taxa de homicídios dolosos desde o início da publicação de estatísticas nacionais, em 2000, atingindo 3,8 casos por 100 mil habitantes. Foram contabilizados 1.810 assassinatos, uma redução de 11,5% em comparação às 2.048 mortes violentas registradas em 2023 .
Mudanças na política de segurança pública
O principal vetor dessa retração foi a reorganização das forças federais, liderada pela ministra da Segurança, Patricia Bullrich, e a adoção de um modelo inspirado em El Salvador, voltado à prevenção e ao cerco a áreas de maior incidência criminal. Em Rosário, cidade historicamente marcada pela violência de grupos narcotraficantes, os homicídios caíram de 261 para 90 casos, queda de 65%. O emprego direcionado de agentes federais em 10% das áreas mais críticas (“plano 90/10”) foi apontado como decisivo para esses resultados .
Posicionamento regional
Com o indicador de 3,8 homicídios por 100 mil habitantes, a Argentina figura entre os países mais seguros da América Latina nesse critério, atrás apenas de El Salvador (1,9) e equiparada ao Canadá na região das Américas. Em contraste, o Brasil apresentou taxa de 19 por 100 mil em 2023, cinco vezes superior à argentina .
Desafios econômicos e sociais
Apesar dos avanços na segurança, a economia argentina ainda enfrenta desequilíbrios significativos. A inflação anual fechou 2024 em 117,8%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) , e a taxa de pobreza atingiu 38,1% da população no segundo semestre, totalizando 11,3 milhões de argentinos em situação de vulnerabilidade .
A manutenção dos ganhos em segurança dependerá da continuidade das políticas federais e da estabilidade econômica, sobretudo em um cenário de ajustes fiscais e monetários.
Conclusão
A gestão de Javier Milei alcançou uma façanha histórica ao registrar o menor nível de homicídios desde 2000. No entanto, a consolidação desse êxito passa pela articulação entre segurança preventiva, investimento social e controle da inflação, desafios que definirão o sucesso de seu mandato no médio prazo.
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Sobre o autor
Hamilton Silva é jornalista, economista e editor-chefe do Portal DFMobilidade.
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