Na terça-feira, 21 de maio de 2024, Jim Jordan, presidente do Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, enviou uma carta ao diretor do Federal Bureau of Investigation (FBI), Christopher Wray, cobrando esclarecimentos sobre denúncias de que a agência teria auxiliado o governo brasileiro ao contatar cidadãos americanos considerados críticos de Brasília .
Na correspondência, Jordan afirma que o FBI teria entrado em contato com dois residentes nos EUA, incluindo um jornalista alvo de ordens de censura expedidas por cortes brasileiras, e estabelece prazo até as 17h do dia 4 de junho de 2024 para que a agência entregue documentos e comunicações relativas aos supostos acordos com autoridades brasileiras .
O deputado republicano também recorda que, em 2022, o FBI colaborou com uma agência de inteligência ucraniana para sinalizar contas de cidadãos americanos em plataformas digitais, fato que suscitou questionamentos sobre restrições à liberdade de expressão .
O inquérito americano ganha relevância diante das recentes decisões do Superior Tribunal Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil, que, desde 2022, ordenaram a suspensão ou remoção de mais de 100 contas em redes como X e Rumble. As determinações visam conter suposto “discurso de ódio”, “subversão da ordem” e “incentivo à quebra da normalidade democrática” e foram impostas a ex-presidente Jair Bolsonaro, parlamentares conservadores e profissionais da imprensa, com prazo de apenas duas horas para cumprimento .
O episódio alcançou dimensão internacional quando o bilionário Elon Musk, dono da X, denunciou ameaças de multas e encarceramento de funcionários caso não acatasse decisões do STF. Em despacho, o ministro Alexandre de Moraes qualificou essa resistência como “conduta flagrante de obstrução da Justiça brasileira, incitação ao crime, ameaça pública de desobediência a ordens judiciais e futura falta de cooperação pela plataforma, desrespeitando a soberania do Brasil e reforçando a instrumentalização criminosa das atividades do antigo Twitter” .
Sobre o autor:
Hamilton Silva é jornalista, economista e editor do portal DFMobilidade.com.br. Com mais de uma década de experiência em cobertura política e econômica, também atua como diretor da Associação Brasileira dos Portais de Notícias e secretário do Rotary Club de Brasília.
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