Fábio Wajngarten é demitido do PL após vazamento de mensagens críticas a Michelle Bolsonaro

Fábio Wajngarten - Foto: Agência Senado
Fábio Wajngarten - Foto: Agência Senado

O Partido Liberal (PL) anunciou, nesta terça-feira (20/05/2025), a demissão do advogado e ex-secretário-executivo da Secom, Fábio Wajngarten, de suas funções na assessoria de comunicação de Jair Bolsonaro. A decisão, tomada pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, atendeu a um pedido da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, após o vazamento de conversas privadas que a envolviam.

 

As conversas, trocadas em janeiro de 2023 entre Wajngarten e Mauro Cid — ex-ajudante de ordens da Presidência —, revelaram comentários em que ambos afirmavam preferir “votar em Lula” do que em Michelle, caso ela concorresse ao Palácio do Planalto. O episódio gerou forte constrangimento na cúpula do PL, que qualificou as manifestações como desleais e incompatíveis com a união interna do partido.

 

Fábio Wajngarten é advogado, empresário do setor de pesquisa e teve papel de destaque na comunicação governamental durante o mandato de Jair Bolsonaro. Entre fevereiro e abril de 2020, ocupou a chefia da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal e atuou como um dos principais assessores de imprensa do ex-presidente.

 

Valdemar Costa Neto, que preside o PL nacionalmente desde 2006, reelegeu-se diversas vezes deputado federal e renunciou ao mandato em 2013 após condenação no caso do mensalão. Apesar de seu histórico conturbado, permanece à frente da legenda, buscando reorganizar a imagem do partido após a derrota nas eleições de 2022.

 

Em entrevista ao Metrópoles, Jair Bolsonaro classificou a divulgação dos diálogos como “besteira” e afirmou que conversaria com Valdemar para tomar providências cabíveis. “Diferentemente da atual primeira-dama, Michelle botava ordem na casa. Mas não justifica essa troca de mensagens, ainda mais em janeiro de 2023, quando eu estava elegível. Um falou besteira, o outro concordou. Vamos ver o que fazer”, declarou o ex-presidente.

 

Aliados observam que Michelle Bolsonaro — presidente do PL Mulher desde 2023 — vinha ampliando sua “musculatura política” dentro do partido, sendo apontada como possível candidata a suceder o marido em 2026. O episódio expõe, porém, as fragilidades da articulação interna e pode frear o avanço de sua projeção junto à base conservadora.

 

Até o momento, nem o PL nem Valdemar Costa Neto emitiram nota oficial sobre o desdobramento da demissão. A movimentação, contudo, reforça a influência direta de Michelle Bolsonaro nas decisões estratégicas da legenda e sinaliza um novo momento de instabilidade na relação entre a cúpula partidária e o círculo de confiança do ex-presidente.

 


 

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