França construirá presídio ultrasseguro na Amazônia Francesa para narcotraficantes e terroristas islamistas
Em pronunciamento ao jornal Le Journal du Dimanche, em 17 de maio de 2025, o ministro da Justiça da França, Gérald Darmanin, anunciou a criação de um presídio de segurança máxima em Saint-Laurent-du-Maroni, na Guiana Francesa, com o objetivo de isolar líderes do narcotráfico e extremistas islamistas considerados ameaça à segurança nacional .
Superlotação e nova legislação antinarco
A medida responde à crescente superlotação das penitenciárias francesas e ao aumento da influência de facções criminosas dentro dos presídios. A unidade de Rémire-Montjoly, principal estabelecimento prisional da região, operava com 1 100 detentos para 600 vagas, alcançando uma taxa de ocupação de 134,7 % em 1º de junho de 2024, segundo dados do Ministério da Justiça . Para reforçar o combate ao narcotráfico, o governo aprovou, em abril, uma lei que endurece penas e amplia medidas de isolamento para os chefes de organizações criminosas .
Projeto e capacidade
O novo centro penitenciário contará com 500 vagas, das quais 60 serão reservadas exclusivamente para narcotraficantes de alto perfil e 15 destinadas a detentos condenados por terrorismo ou radicalização islamista, incluindo indivíduos fichados como ameaça à segurança do Estado .
Regime ultrasseguro e inspiração histórica
Inspirado nas condições rigorosas da antiga colônia penal de Devil’s Island — fechada em 1953 —, o presídio funcionará sob vigilância 24 horas, com visitas e passeios restritos, além de regime de isolamento intenso para evitar qualquer contato dos detentos com suas redes criminosas .
Contexto estratégico
A escolha da Guiana Francesa se justifica pelo seu papel como rota vital de trânsito de cocaína para a Europa. Estima-se que até 20 % da cocaína consumida na França passe pelo território ultramarino, utilizado por traficantes em embarcações improvisadas e como ponto de escala para mulas humanas . Paralelamente, Gérald Darmanin anunciou negociações de acordos de cooperação com Brasil, Colômbia e Peru, visando repatriar presos estrangeiros e intensificar o combate transnacional ao narcotráfico .
Cronograma de implantação
Orçado em € 400 milhões, o presídio está previsto para ser concluído até 2028, data em que deverá entrar em operação, aliviando a pressão sobre o sistema prisional francês e consolidando-se como peça-chave na estratégia contra o crime organizado .
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