O Palácio do Planalto recebeu sinais de que o ministro Luís Roberto Barroso deixará o Supremo Tribunal Federal (STF) assim que encerrar seu biênio na presidência da Corte, previsto para setembro de 2025, para assumir uma embaixada brasileira na Europa . Caso se confirme a intenção, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria a oportunidade de indicar mais um ministro ao STF em seu atual mandato .
Segundo fontes próximas ao gabinete presidencial, Barroso considera que, ao concluir seus dois anos à frente da Corte, terá cumprido missão suficientemente relevante e pretende dedicar-se a atividades consideradas “mais amenas”, como palestras e o serviço diplomático . No entorno presidencial, cogita-se que Jorge Messias, atual Advogado-Geral da União, seja o favorito para a vaga, embora exista pressão política por uma nomeação feminina — desde a aposentadoria de Rosa Weber e a posse de Flávio Dino, o STF conta apenas com a ministra Cármen Lúcia em seu pleno feminino .
Com 67 anos, Barroso tem cadeira assegurada no STF até completar o limite legal de aposentadoria compulsória, em 2033, quando atingirá 75 anos de idade . “Não existe absolutamente nada disso”, rebateu o ministro em entrevista ao PlatôBR, negando qualquer intenção de deixar a toga antes do prazo . Em Nova York, durante evento do Lide, afirmou categoricamente: “Não passa pela minha cabeça” trocar a presidência da Corte por cargo diplomático .
Caso Barroso confirme saída, Jorge Messias — graduado em Direito pela UFPE, mestre e doutor em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional pela UnB, e membro de carreira da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional desde 2007 — desponta como provável sucessor . Para assumir uma embaixada, porém, a Constituição Federal exige aprovação prévia do Senado, por voto secreto e após arguição em sessão secreta, conforme o artigo 52, inciso IV, da Carta Magna .
Sem considerar aposentadorias antecipadas, o próximo ministro a se aposentar seria Luiz Fux, em 2028, o que encerraria as possibilidades de nomeação de Lula neste mandato . A eventual movimentação de Barroso, portanto, representaria uma oportunidade rara de ampliar a influência do Executivo no Judiciário, reacendendo debates sobre a independência da Corte e a importância do equilíbrio de gênero em sua composição.
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