Em visita oficial à China, a primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva – conhecida como Janja Lula da Silva –, causou constrangimento ao solicitar a palavra durante a cerimônia de boas-vindas ao presidente Xi Jinping para criticar a rede social TikTok, plataforma de vídeos de propriedade da chinesa ByteDance .
De acordo com integrantes da comitiva brasileira, o comentário de Janja não constava na pauta do encontro, que tinha caráter estritamente protocolar e não previa falas informais, gerando um “climão” entre diplomatas de Brasil e China .
Segundo relatos, Janja expressou preocupação com os “efeitos nocivos” do algoritmo do TikTok, acusando-o de favorecer discursos de extrema-direita e de funcionar como instrumento de desinformação no Brasil .
Em resposta, Xi Jinping manteve postura diplomática, afirmando que o Brasil possui plena legitimidade para regulamentar ou mesmo banir o TikTok em seu território, caso julgue necessário .
O TikTok foi lançado internacionalmente em 2017 pela ByteDance, empresa chinesa fundada em 2012, sendo no mercado chinês substituído pelo aplicativo Douyin, disponível apenas na China, enquanto o TikTok global não está acessível ao público chinês .
Internacionalmente, a plataforma tem sido alvo de pressões, sobretudo dos Estados Unidos, que buscam forçar a venda de sua operação local por questões de segurança nacional e preocupações com coleta de dados e influência estrangeira .
Especialistas apontam que o episódio representa um ponto fora da curva na visita, planejada para reforçar laços econômicos e estratégicos, e classificam a intervenção como “desrespeitosa” em um momento de elevada sensibilidade diplomática .
Apesar do constrangimento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve tom conciliatório, ressaltando o compromisso do Brasil em aprofundar a cooperação com a China em setores como infraestrutura, energia e tecnologia .
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