No domingo (11), Fábio Wajngarten – advogado e ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) no governo Jair Bolsonaro – usou sua conta no X para disparar contra setores da direita que articulam uma “direita sem Bolsonaro”. “Se continuarem nessa palhaçada de ‘direita sem Bolsonaro’, eu vou manobrar dia e noite por uma chapa PURA”, advertiu Wajngarten, referindo-se a grupos do Centrão e da direita moderada que buscam dissociar a força eleitoral bolsonarista da candidatura de 2026 .
O recado incluiu ainda um alerta a filiados e mandatados: “Tem muitos mandatados batendo palmas. Eleição é voto e o bolsonarismo é usina geradora deles. Vamos ver quem os tem…”. A declaração expõe as divisões no campo conservador, especialmente após o ex-presidente ter sido declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha de 2022 .
Assim, enquanto aliados mais pragmáticos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tentam viabilizar um projeto de candidatura única que transcenda a figura de Bolsonaro, Wajngarten sinaliza disposição de empurrar uma “chapa pura” bolsonarista – mesmo sem a presença direta do líder do PL. “O ex-presidente é o líder incontestável da direita; se ele não puder concorrer, terá a palavra final sobre seu sucessor”, declarou Tarcísio em entrevista na última terça-feira (6) .
Especialistas apontam que esse endurecimento pode ampliar a fragmentação no eleitorado de direita, abrindo espaço para nomes como Ronaldo Caiado (União Brasil), Romeu Zema (Novo) e até figuras fora do espectro político tradicional. Conforme reportagem do El País, a disputa interna pela liderança do bolsonarismo já mobiliza caciques regionais e bolsonaristas de carteirinha, o que pode resultar em múltiplos palanques e na desarticulação contra o projeto petista em 2026 .
Com a pré-campanha pronta para começar, o sinal dado por Wajngarten reforça a tensão entre os que buscam uma “direita moderada” e os que defendem a fidelidade total ao legado de Bolsonaro. Resta saber se o Centrão e o mercado aceitarão uma eventual “chapa pura” ou se prevalecerá o desejo de uma candidatura de consenso.
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Sobre o autor
Hamilton Silva é jornalista há 13 anos, editor-chefe do Portal DFMobilidade e secretário do Rotary Club de Brasília.
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