A bancada do PDT na Câmara dos Deputados decidiu nesta terça-feira, 6 de maio de 2025, abandonar a base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão foi tomada de forma unânime em reunião dos 17 deputados da legenda, conforme anunciou o líder da bancada, Mário Heringer (PDT-MG) .
A debandada ocorre após um acúmulo de insatisfações da bancada com a falta de consulta em nomeações estratégicas e com as perspectivas para as eleições de 2026. Segundo Heringer, os pedetistas defenderão uma atuação “independente”, não alinhada automaticamente ao governo, mas também sem se configurar formalmente como oposição .
Na última sexta-feira, 2 de maio de 2025, o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT, pediu demissão do cargo em meio à repercussão de um escândalo de fraudes potencialmente bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União apontam um esquema de descontos não autorizados em benefícios que pode chegar a R$ 6,3 bilhões desde 2019 .
O ex-secretário-executivo da Previdência, Wolney Queiroz (PDT), foi nomeado para suceder Lupi, mas a bancada afirma não ter sido consultada sobre a escolha, o que agravou o descontentamento e selou o rompimento com o Planalto .
Em reação ao anúncio, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que o governo respeita o posicionamento do PDT e seguirá dialogando com o partido nas matérias de interesse do país. “Respeitamos o posicionamento da bancada, e seguimos dialogando com o PDT, contando com o apoio do partido nas matérias de interesse do país”, declarou Hoffmann à imprensa .
Com 17 deputados federais e três senadores, o PDT assume uma postura que pode influenciar votações cruciais no Congresso, desafiando o governo Lula a reforçar alianças e negociar caso a caso pautas estratégicas em um cenário político cada vez mais fragmentado e com vistas às eleições de 2026 .
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