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EUA vai taxar Canadá, México e China

Reprodução das redes sociais
Reprodução das redes sociais

No dia 31 de janeiro de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou sua conta na rede social X para anunciar a imposição de tarifas de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá, com vigência a partir de 1º de fevereiro. A medida, segundo Trump, visa proteger a economia americana e corrigir desequilíbrios comerciais com esses países.

A reação internacional foi imediata. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que tais tarifas “anulariam” o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), ressaltando que o tratado prevê livre comércio e ausência de tarifas. Sheinbaum destacou que o México está preparado para responder a essa medida, enfatizando a importância do diálogo entre as nações.

Do lado canadense, a ministra das Relações Exteriores, Mélanie Joly, alertou que a decisão dos EUA poderia aumentar a dependência americana do petróleo venezuelano. Ela explicou que muitas refinarias nos EUA dependem do petróleo pesado produzido no Canadá e que, sem esse fornecimento, os EUA teriam que buscar alternativas na Venezuela, país com o qual mantêm relações tensas.

Especialistas econômicos expressaram preocupações sobre os possíveis impactos dessa medida. A Oxford Economics estimou que a economia dos EUA poderia perder até 1,2 ponto percentual de crescimento, enquanto o México poderia entrar em recessão. Wendong Zhang, professor da Universidade de Cornell, sugeriu que o Canadá e o México poderiam enfrentar contrações significativas em seus PIBs, enquanto os EUA sofreriam um impacto menor, mas ainda relevante.

A indústria automotiva, altamente integrada entre os três países, também manifestou apreensão. Linda Hasenfratz, CEO da fabricante de autopeças Linamar Corp., afirmou que os consumidores americanos seriam os mais afetados, enfrentando preços mais altos nos veículos. Francisco González, presidente executivo da Associação Nacional da Indústria de Autopeças do México, destacou a complexidade de substituir componentes importados, enfatizando a interdependência das cadeias de suprimento na América do Norte.

Em resposta às críticas, Trump reconheceu que as tarifas podem causar “desorganização de curto prazo” e que os custos podem ser repassados aos consumidores. No entanto, ele defendeu a medida como necessária para proteger os interesses econômicos dos EUA e corrigir práticas comerciais que considera injustas.

Além das tarifas sobre México e Canadá, Trump reiterou ameaças de impor tarifas de 100% aos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) caso continuem com iniciativas para substituir o dólar em transações internacionais. Ele enfatizou que os EUA não permitirão a criação de uma moeda alternativa que desafie a supremacia do dólar.

Essas ações refletem a postura assertiva de Trump em relação ao comércio internacional, priorizando o que considera ser os interesses econômicos imediatos dos EUA, mesmo diante de potenciais repercussões diplomáticas e econômicas globais.

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