O deputado distrital Pastor Daniel de Castro (PP) protagoniza uma nova polêmica no cenário político de Brasília. Ele apresentou um projeto de decreto legislativo para revogar o título de cidadão honorário concedido a Ricardo Capelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O motivo? A “falta de alinhamento” de Capelli com os interesses do Distrito Federal, especialmente no que tange à defesa do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF).
A honraria, entregue em 2023 pela Câmara Legislativa, foi um reconhecimento ao trabalho de Capelli durante sua gestão como interventor da segurança pública do DF. Contudo, sua postura recente, defendendo a redução do Fundo Constitucional — essencial para o funcionamento das áreas de segurança, saúde e educação no DF — despertou forte indignação.
A crítica contundente de Daniel de Castro
Na justificativa de seu projeto, Pastor Daniel de Castro destacou que as declarações de Capelli demonstram “desconhecimento da realidade do Distrito Federal”. Segundo o parlamentar, a defesa do FCDF é um compromisso inegociável para quem realmente entende e prioriza as necessidades da capital federal.
O deputado argumentou que a postura de Capelli é incompatível com o título que recebeu. “Não há como manter um título de tamanha importância para alguém que não está alinhado com os interesses do nosso Distrito Federal”, afirmou Daniel de Castro em suas redes sociais.
Capelli na mira: oportunismo ou desconexão?
Ricardo Capelli, pupilo político de Flávio Dino, já vinha sendo alvo de críticas por suas movimentações políticas visando uma possível candidatura ao governo do DF em 2026. Contudo, sua defesa pela diminuição do Fundo Constitucional foi o estopim para uma escalada de reprovação. Afinal, o FCDF não é apenas um recurso orçamentário; é o pilar que sustenta os serviços públicos em Brasília.
Capelli, ao argumentar em favor da reavaliação do fundo, demonstra desconhecer ou ignorar o impacto dessa medida nas áreas mais sensíveis da cidade. Para muitos, sua postura reflete não apenas falta de alinhamento, mas também um oportunismo político que desconsidera o bem-estar da população.
Brasília não pode ser palco de retrocessos
O Fundo Constitucional, criado pela Constituição de 1988, é uma conquista histórica que reconhece a peculiaridade de Brasília como capital do país. Sua redução não apenas fragilizaria os serviços públicos essenciais, mas também representaria um golpe contra os direitos dos cidadãos que dependem diretamente dele.
Ao propor a cassação do título de Capelli, Daniel de Castro levanta uma questão crucial: os interesses do Distrito Federal devem sempre prevalecer sobre projetos pessoais e manobras políticas. Essa medida, além de simbólica, é um recado claro de que Brasília não aceitará retrocessos disfarçados de modernização.