Eixão do Lazer – O último reduto vermelho e suas consequências na Capital
O Eixão do Lazer, desde seu início, foi associado a um espaço de democracia. Contudo, é preciso destacar que essa mesma democracia não pertence a um grupo social específico, e, infelizmente, o que se vê atualmente no Eixão é o reflexo da atuação de forças que transformaram o local em um verdadeiro caos. As “denúncias” de irregularidades se acumulam: a venda de alimentos sem fiscalização, música em volumes ensurdecedores e até o uso e comércio de drogas ilícitas, sem que qualquer controle estatal seja imposto. Tudo isso ocorre sob o manto da permissividade promovida por setores da esquerda que dominam a região.
Não se deve generalizar, claro. Mas a realidade é que, sob a influência desses grupos, a ausência de fiscalização é incentivada, e o espaço público acaba se tornando anárquico. Os moradores, que são diretamente impactados, observam de perto o descontrole, muitas vezes perpetuado por militantes que se beneficiam do ambiente de desordem.
Mas qual é a verdadeira razão por trás dessa degradação?
É fácil identificar: com a drástica perda de representatividade da esquerda no Distrito Federal, a Asa Norte se tornou o último reduto de resistência desse grupo político, em especial do PT. Nas eleições de 2022, por exemplo, o candidato do PV, que representava a esquerda, conseguiu vitória apenas na 14ª Zona Eleitoral, que corresponde à Asa Norte, onde alcançou 40,03% dos votos. A influência desses setores é visível, e não é à toa que militantes e deputados da esquerda “rosnaram” bravamente durante a sessão da CLDF, no último dia 2, defendendo seus interesses políticos eleitorais em meio à crise de representatividade.
Enquanto isso, o governador Ibaneis Rocha (MDB) saiu vitorioso em 18 das 19 zonas eleitorais do DF, sendo reeleito com 50,30% dos votos válidos, ou seja, o apoio da grande maioria da população. O isolamento da Asa Norte como reduto da esquerda revela o desconforto e a luta desses setores por manterem sua relevância e sua sobrevivência.
Não surpreende que a Asa Norte, sob a predominância desses grupos, seja também palco de aumento da criminalidade e insegurança pública. Onde esses núcleos vermelhos se estabelecem, surgem problemas sociais graves. As forças “progressistas” se mobilizam não para solucionar esses problemas, mas para garantir a manutenção de seu território político, jogando a responsabilidade nas costas da população e do governo distrital.
Há, ainda, uma grande incoerência e hipocrisia: os mesmos grupos que se opuseram ferozmente ao PPCUB – Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília, sob a bandeira de preservar o projeto arquitetônico original de Brasília, parecem fechar os olhos para o estado de abandono em que deixam o Eixão do Lazer. Um simples passeio pela área já revela o descaso com o projeto de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, promovido por aqueles que deveriam zelar pela cidade. São exatamente esses mesmos cidadãos que defendem o aparato estatal na manutenção da economia com aumento de impostos e excesso das ‘taxas’ que se utilizam da desordem.
Ser contra o Eixão do Lazer é ir contra a alma do Brasiliense, mas defender as irregularidades e o caos é ir contra os moradores e contra o projeto original da cidade. A responsabilidade por essa situação é clara: os esquerdistas que dominam o espaço político e social da Asa Norte estão diretamente ligados à deterioração do local. E muitos nem ali residem.
Sou brasiliense, nasci aqui (HRAN), amo Brasília e suas Asas, mas rejeito o socialismo, o comunismo e a irresponsabilidade que esses grupos têm promovido na nossa cidade.
Por: Hamilton Silva é editor-chefe do Portal DFMobilidade e atua como jornalista há 13 anos. É economista desde 1998, formado pela Universidade Católica de Brasília e pós-graduado em gestão pública