O Distrito Federal registrou no primeiro trimestre deste ano o aumento de 23 mil ocupados no mercado de trabalho. Os dados são do Boletim de Conjuntura Econômica do IPE-DF (Instituto de Pesquisa e Estatística do DF), divulgado nesta quarta-feira (3) e publicados pelo DFMOBILIDADE. Segundo os dados, o desemprego apresentou estabilidade no primeiro trimestre do ano, com aumento da taxa de participação no trabalho.
O estudo indica a presença “marcante de trabalhadores no DF no setor privado com carteira de trabalho assinada, totalizando 609 mil pessoas empregadas”. O número representa um aumento de 13,2% em relação ao mesmo trimestre de 2023. Também houve aumento de 4,1% no setor público, com 308 mil empregados.
Na avaliação da diretora da Diretoria de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas, Dea Fioravante, a estabilidade da taxa de desemprego no primeiro trimestre aponta para um aumento da força de trabalho na capital do país. “A taxa de desemprego é sempre uma proporção do número de pessoas que está procurando emprego e que não encontram emprego. Quando tenho uma estabilidade da taxa, significa que estou tendo acomodação desse público”, disse.
A pesquisadora ressalta que os dados indicam uma economia mais dinâmica. “Isso é positivo. O mercado de trabalho costuma demorar um pouco para responder esse movimento, mas os dados nos sugerem um aquecimento gradual da economia que tende a ser sustentável”, afirma.
Saldo acumulado
Em relação ao saldo de emprego acumulado em 12 meses, o primeiro trimestre do ano teve aumento em 2,25 mil postos de trabalho. “Com isso, a capital conta com 52,17 mil ocupados no setor formal, o que significou aumento de 1% em relação ao primeiro trimestre de 2021, mas redução em relação aos primeiros trimestres de 2022 e 2023″, diz boletim.
O rendimento médio também se elevou em todas as posições da ocupação no trimestre. Sob a ótica do setor formal, o mercado de trabalho manteve bom desempenho, impulsionado pelos setores de comércio, indústria e serviços.
“A economia do DF demonstrou recuperação. Os efeitos do acesso ao crédito e dos cortes na taxa de juros impulsionaram os setores de comércio e serviços, o que ampliou as vendas de bens duráveis”, aponta boletim.
A desaceleração da inflação também foi observada na capital do país. No primeiro trimestre, a alta dos preços se disseminou na cesta de consumo, com maior impacto nos itens de alimentação e bebidas e de Educação, que registra aumento no começo do ano devido aos reajustes de mensalidade.
Por outro lado, a queda nos preços das passagens aéreas contribuiu para o arrefecimento da inflação no período, após o item puxar a inflação no trimestre anterior.
Vendas no comércio varejista
O volume de vendas do comércio varejista cresceu 2,7% no acumulado dos últimos 12 meses até março de 2024. Este é o segundo maior crescimento para o primeiro trimestre dos últimos quatro anos, o que evidencia a recuperação do setor varejista no DF. Sob a perspectiva do crescimento por atividade, os setores de bens de consumo duráveis, como Eletrodomésticos (+14,4%) e Veículos, motocicletas, partes e peças (+21,3%) impulsionaram o crescimento do comércio varejista entre os primeiros trimestres de 2023 e 2024.
Essa expansão foi acompanhada do crescimento do volume de vendas pelos setores de consumo diário: Hipermercados e Supermercados (+9,1%) e de Medicamentos e cosméticos (+11,9%).
Em contrapartida, os setores de Móveis (- 28,2%), materiais de construção (-8,6%) apresentaram contração na comparação trimestral e no acumulado em 12 meses. Para o primeiro trimestre de 2024, deve-se destacar o crescimento de 54,3% do volume de vendas de Equipamentos e Materiais para Escritório, Informática e comunicação no acumulado em 12 meses. O resultado sugere maior venda de bens relacionados com o mercado de trabalho nos últimos 12 meses.