Momentos após coletiva de imprensa em que o presidente eleito do União Brasil, Antônio Rueda, anunciou denúncia contra Luciano Bivar, derrotado em eleição que definiu o novo comando do partido, Bivar também chamou a imprensa para anunciar ofensiva contra membros do União Brasil.
Sem apresentar nenhuma prova, o ainda presidente do União Brasil anunciou o segmento de três denúncias na comissão de ética do partido. Sem citar se Rueda estaria ou não envolvido, o advogado da sigla, Raphael Souto, falou sobre o envolvimento de um vice-presidente do União Brasil, posto ocupado por Antônio Rueda.
Internamente, membros do União Brasil suspeitam de ligação de Bivar com incêndio que destruiu uma casa de praia de Rueda e outra da irmã do presidente eleito, Emília Rueda, no litoral de Pernambuco, base eleitoral de Bivar. Para Bivar, as recentes acusações contra ele são represálias pelo segmento das denúncias.
“Repudio qualquer ilação em relação a estes últimos acontecimentos. Isso é fruto de uma represália em função de denúncias que estamos apresentando hoje ao conselho de ética do partido”, disse Bivar ao negar elo com o incêndio.
Bivar disse ainda que o incêndio tem a ver “com assunto particular e que não tem nada a ver com assunto político-partidário”.
Sobre as falas do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), em que diz que o partido vai pedir a cassação de Bivar, o presidente do partido e deputado federal chamou o governador de “pigmeu moral”.
Questionado sobre a gravação em que aparece ameaçando Rueda e familiares, Bivar disse que não tem costume de gravar diálogos e o que disse foi falado no calor da emoção, mas confirmou a conversa.
“Não existe nenhuma ameaça velada, mesmo porque homem não ameaça, homem faz”, disse Bivar ao admitir que houve tensão entre ele e a família Rueda.
DENÚNCIAS
De acordo com Bivar e o advogado, as denúncias que serão apresentadas ao conselho de ética do partido envolvem “negociatas” usando o nome do União Brasil. Seriam três denúncias apresentadas por membros do partido.
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) teria denunciado um deputado federal do Mato Grosso do Sul por irregularidades no uso do fundo partidário. Outra denúncia teria partido de Wagner dos Santos, o Waguinho, prefeito de Belford Roxo (Republicanos), que disse haver negociatas no partido no estado do Rio de Janeiro. Por fim, a terceira denúncia seria de Júnior Orosco, suplente de deputado federal em São Paulo, envolvendo irregularidades no financiamento de campanhas.
Questionados sobre a apresentação de provas ou das peças das denúncias, Bivar e Souto não mostraram nenhum documento e recomendaram a procura de ACM Neto, secretário-geral da sigla.