Acusada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), de protagonizar uma cena considerada “repugnante”, a oficial-general da Força Aérea Brasileira (FAB), Ana Paola Brasil, foi exonerada do cargo de diretora técnica de Ensino e Pesquisa do Hospital das Forças Armadas (HFA) em Brasília pela Presidência da República.
A crítica do ministro Lula ocorreu em agosto do ano passado, quando Teixeira compartilhou um vídeo mostrando a militar, que é brigadeiro médica, entregando um objeto ao então presidente Jair Bolsonaro durante um aperto de mãos, evocando uma cerimônia de dezembro de 2022.
O objeto entregue a Bolsonaro era uma medalha institucional do Departamento de Saúde e Assistência Social (Desas), do Ministério da Defesa, comandado por Ana Paola Brasil na época. Ela defendeu que o gesto de repassar a homenagem durante o aperto de mãos era uma tradição militar.
A insinuação de Paulo Teixeira deixou Ana Paola Brasil perplexa e revoltada, conforme relatado por pessoas próximas a ela. Na época da crítica, a CPMI do 8 de Janeiro investigava supostas irregularidades em presentes recebidos por Bolsonaro.
Na última quarta-feira (14/2), a militar foi exonerada, de ofício, do cargo no HFA, indicando que a extinção da relação funcional não teve caráter punitivo, sendo resultado de uma decisão voluntária do servidor ou por conveniência administrativa. No mesmo dia, foi confirmada a transferência de Ana Paola Brasil para a reserva remunerada, a seu pedido.
A brigadeiro, médica anestesiologista com pós-graduação em auditoria médica e MBA em gestão em saúde, foi a primeira oficial-general mulher a assumir o cargo de diretora do Desas no Ministério da Defesa. Antes, ela já havia dirigido o Instituto de Medicina Aeroespacial Brigadeiro Médico Roberto Teixeira (Imae).