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APÓS MORTE EM BH, EMPRESA DE PATINETES ESTUDA MEDIDAS DE SEGURANÇA

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FOTO:INTERNET
BHTrans propôs à empresa responsável pelos patinetes ações como redutor de velocidade. Mas prefeitura não discute rever uso dos antigos blocos de concreto nas ciclovias

Após o engenheiro eletrônico Roberto Pinto Batista Júnior, de 43 anos, cair de um patinete elétrico e morrer após bater a cabeça em um bloco de concreto em uma ciclovia em Belo Horizonte, no sábado (7), a empresa responsável estuda reduzir o limite de velocidade do equipamento.

Na segunda-feira (9), a BHTrans realizou uma reunião com a empresa Grow, responsável pelo aluguel dos patinetes da Grin e da Yellow. Em nota, o presidente da BHTrans (Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte), Celio Bouzada, disse que a reunião foi feita “para exigir um comprometimento da empresa com a cidade em três pontos principais: informação, treinamento e segurança.”

Por isso, foi proposto que a empresa crie mecanismos que aumentem a segurança dos usuários. Além da redução do limite de velocidade, também a contratação de um seguro de responsabilidade civil. E ainda deverão criar uma campanha de divulgação sobre medidas de segurança. A empresa se comprometeu a cumprir as propostas feitas pela (BHTrans).

Defensas das ciclovias

As preocupações e busca de soluções de segurança são louváveis e vêm em boa hora. Mas, é de se estranhar que, até o momento, a prefeitura não tenha aberto nenhuma discussão sobre rever o uso dos blocos de concreto como elemento de separação das ciclovias em BH. Esse componente, não é de hoje, é rejeitado pelas organizações de ciclistas, como a Federação Mineira de Ciclismo, que em 2014 já criticava as defensas de concreto em razão do risco que trazem de acidentes sérios em caso de quedas de ciclistas, pedestres ou patinetistas.
A arquiteta e urbanista Suzana Nogueira, que na gestão passada dirigiu a área de planejamento cicloviário da CET SP, contou em entrevista ao Mobilize, que esse tipo alto de defensa de concreto, surgido nos anos noventa, vem sendo abandonado de lá para cá, devido ao risco que de fato oferece.
O próprio Contran tem regulamentação a respeito, conta a arquiteta. No texto, o órgão sugere (mas não obriga) aos gestores que em novos projetos cicloviários abandonem o dispositivo e passem a usar outro tipo de segregador, de concreto arredondado nas bordas, capaz de evitar acidentes mais graves nas quedas de ciclistas. 

Criminalização

Sobre os acidentes recentes com patinetes, como esse da capital mineira, Suzana Nogueira alerta que não se deve “criminalizar” o veículo, como vem sendo destacado em algumas mídias. E aponta dois aspectos que considera essenciais para aumentar a segurança de uso dos patinetes elétricos: primeiro, reduzir a velocidade do veículo, dos atuais 25 km/h de máxima, para 16 ou 18 km/h.
Segundo a arquiteta, “a potência atual (350 watts) é incompatível com um veículo exíguo como o patinete, ainda mais na hora de dar a partida”. Ela também sugere que se reveja a sistemática das empresas de cobrar por minuto de uso do patinete. “Já temos evidências de que essa cobrança por tempo tão limitado tem levado a acidentes, principalmente nos cruzamentos, quando a pessoa acelera para não ter que esperar o semáforo abrir”, diz.

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