A Rússia realizou, durante a madrugada deste domingo, 28, o maior ataque de drones em Kiev desde o início da guerra. Duas pessoas morreram.
No total, 54 drones explosivos foram lançados das regiões de Bryansk e Krasnodar na Rússia, segundo a Força Aérea Ucraniana, que informou ter interceptado 52 deles.
Apenas em Kiev, cerca de 40 drones foram abatidos. “Este é o mais importante ataque com drones contra a capital desde o início da invasão”, disse a força aérea ucraniana no Telegram.
De acordo com autoridades militares ucranianas, o ataque aconteceu em várias ondas, e o alerta aéreo durou mais de cinco horas. A ação russa acontece no dia em que Kiev comemora o aniversário de sua fundação oficial, há 1.541 anos.
Após a destruição dos drones russos, os escombros caíram em um prédio de sete andares no bairro de Golosivsky, matando uma pessoa e ferindo outra. Um incêndio numa zona de armazéns também deixou um homem ferido. No bairro de Solomianski, outro homem, de 41 anos, morreu e uma mulher de 35 anos foi hospitalizada, segundo o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko.
Segundo fontes militares, a Rússia visava “instalações militares e infraestruturas estratégicas nas regiões centrais do país, em particular na região de Kiev”. A capital é a maior cidade ucraniana e conta com uma população de cerca de 3 milhões de habitantes.
Ucrânia anuncia contraofensiva
A Ucrânia indicou no sábado 27, que as forças do país estão prontas para lançar uma contraofensiva depois de meses de preparativos. A ação inclui ataques recentemente intensificados a alvos logísticos, bem como estratagemas e desinformações destinadas a manter as forças russas no limite.
“É hora de recuperar o que é nosso”, escreveu o comandante militar supremo da Ucrânia, general Valeriy Zaluzhnyi, em um comunicado. A declaração foi acompanhada por um vídeo habilmente produzido de tropas ucranianas se preparando para a batalha e divulgado nas mídias sociais.
Apesar do anúncio, o general Zaluzhnyi não deu nenhuma indicação de onde e quando as forças ucranianas podem tentar romper o domínio da Rússia em território ocupado.
Ataque poderia acontecer “amanhã”
Outros altos funcionários ucranianos também sugeriram que a contraofensiva era iminente. Oleksiy Danilov, chefe do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, disse à BBC em entrevista divulgada hoje que as forças de Kiev estavam “prontas” e que um ataque em grande escala poderia acontecer “amanhã, depois de amanhã ou em uma semana”.
Segundo reportagem do jornal The New York Times, a Ucrânia passou meses acumulando um poderoso arsenal de armas fornecidas pelo Ocidente e treinando dezenas de milhares de soldados em manobras ofensivas para a campanha.
Conforme especialistas ouvidos pelo jornal, as ações vão se concentrar “provavelmente” nas áreas ocupadas pela Rússia no sul e leste da Ucrânia.