No Distrito Federal, a greve dos professores apresentou uma adesão de pouco mais de 20%, o que evidencia a falta de apoio dos profissionais. Além disso, o movimento é liderado por setores derrotados nas últimas eleições, o que sugere um viés político-partidário e não propriamente uma reivindicação legítima da categoria.
Embora o levantamento da Secretaria de Educação e a estimativa dos sindicalistas tenham números discrepantes, é evidente que a greve prejudica mais de meio milhão de alunos pobres e suas respectivas famílias, privando-os de aprendizado e deixando-os sem as refeições asseguradas pelo programa de merenda escolar.
É importante destacar que o governo do DF concedeu um aumento salarial de 18% a todos os servidores, incluindo os professores, o que demonstra que o diálogo com a categoria está em andamento. Segundo a secretária de Educação, o governo nunca interrompeu o diálogo e sempre esteve aberto ao entendimento, o que torna a greve desnecessária.
Além disso, a entidade que representa a categoria no DF é controlada pelo Partido dos Trabalhadores há décadas, o que sugere que a greve atende a interesses político-partidários dos sindicalistas, que apresentaram candidatura própria ao Senado, derrotada pela senadora Damares Alves (PL-DF), e apoiaram o oponente de Ibaneis Rocha, que o venceu já no primeiro turno, em 2022.
É bom lembrar que os mesmos que são prejudicados hoje por ativistas foram prejudicados na pior pandemia de todos os tempos.
Embora os professores tenham apresentado reivindicações legítimas, como a incorporação da gratificação de atividades pedagógicas, melhores condições de trabalho, solução para a superlotação das salas de aula e convocação de professores concursados, espera-se que eles retornem à mesa de negociação para chegar a um acordo que possa pôr fim à paralisação das aulas.
*Por: Hamilton Silva – Jornalista, graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Católica de Brasília, pós em Gestão Pública