No último dia 24, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu para tratar da agressão russa na Ucrânia e marcar a data de um ano da invasão do território ucraniano, em uma guerra que já dura 9 anos, desde a invasão da Criméia, em 2014 e as manifestações separatistas em Donbass/Donesk, desde então, em conflito permanente.
O Conselho é formado por 15 países, dos quais dez não têm assentos permanentes. O Brasil é um deles e, em 2023, cumpre o segundo ano de seu mandato no órgão máximo de segurança da ONU.
Um gesto chamou a atenção da comunidade internacional e de diplomatas, o governo brasileiro não atendeu a um pedido da Ucrânia para que delegações nas Nações Unidas se levantassem para respeitar um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da agressão russa.
É tradição nas reuniões do Conselho de Segurança da ONU convidar os países alvos dos debates para participar da reunião, motivo da presença ucraniana no encontro. Após o discurso do secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, que fez um apelo pela paz e alertou sobre os crimes cometidos no conflito, foi a vez de Dmytro Kuleba, chanceler ucraniano, tomar a palavra para acusar Moscou pelas violações. Ao final de sua fala, ele pediu que todos os governos presentes se levantassem.
“Nesse dia trágico, quando estamos de luto por vidas e destinos rompidos pela Rússia, peço gentilmente a todos que observem um minuto de silêncio em memória das vítimas da agressão”, declarou o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba.
Imediatamente, todos se levantaram, com exceção do embaixador do Brasil, Ronaldo Costa Filho, sua delegação, e a comitiva chinesa. O comportamento foi notado por todos os presentes pois o assento brasileiro no Conselho estava ao lado dos ucranianos.
Quando todos voltaram a se sentar, o presidente do Conselho de Segurança informou que a delegação russa havia solicitado a palavra.
“Estamos de pé para homenagear a memória de todas as vítimas do que ocorre na Ucrânia, começando em 2014. Todos aqueles que morreram. E por isso nos levantamos para honrar à memória de todos“, disse Vasily Nebenzya, representante de Moscou.
O chanceler russo viu-se obrigado a fazer gestos ao restante dos diplomatas para que voltassem a se levantar. Desta vez, todos atenderam ao seu pedido, inclusive os embaixadores de Brasil, da China, dos governos europeus e dos EUA. Diplomatas norte-americanas disseram que a insistência russa tinha como meta que houvesse um reconhecimento de que existem vítimas de ambos os lados do conflito.