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Exército explica o motivo para aquisição de novos blindados

O protótipo do Centauro II ao lado do antecessor, o Centauro B1. Notar que as dimensões são parecidas (Foto: reprodução)
O protótipo do Centauro II ao lado do antecessor, o Centauro B1. Notar que as dimensões são parecidas (Foto: reprodução)

Em mensagem interna, militares informaram que veículos têm por objetivo garantir “indispensável segurança” a soldados

Após decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que barrou a compra de 98 blindados ao custo de R$ 5 bilhões, o Exército circulou internamente nesta terça-feira (6), um informe no qual afirma que a aquisição do “caça-tanques” Centauro II visa atender “evidente necessidade de atualização tecnológica” e garantir “indispensável segurança” a soldados.

A mensagem assinada pelo chefe do Centro de Comunicação Social do Exército, general de Divisão Júlio César Palú Baltieri, diz que a compra tem o objetivo de substituir parte da frota de blindados, que “chegou ao final de vida útil após quatro décadas de exaustiva utilização”.

Palú Baltieri sustenta que o processo “contribuirá para o fortalecimento da Base Industrial de Defesa, com criação de novos empregos e a participação efetiva de empresas nacionais na produção da viatura em território nacional”.

O general destaca que a assinatura do contrato inicial com o consórcio italiano Iveco-Oto Melara (CIO), que estava prevista para esta segunda-feira (5), trata da entrega de dois veículos, que seriam testados pelo Centro de Avaliação do Exército.

– Somente após a aprovação desses protótipos, o contrato principal será assinado, visando à obtenção de um total de 98 veículos ao longo de 15 anos, de acordo com a disponibilidade orçamentária da Força Terreste – diz a “palavra oficial” do Exército.

A compra dos blindados foi suspensa, liminarmente, por ordem do desembargador Wilson Alves De Souza, plantonista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região na madrugada de segunda.

O magistrado considerou “evidente a ilegalidade” da compra das viaturas em meio a “grave crise financeira”, “sem que haja qualquer necessidade desses equipamentos bélicos, como se o país estivesse em guerra iminente ou atual”.

– É evidente a falta de razoabilidade, desvio de finalidade, ilegalidade e até mesmo de elementar bom senso, pois outra classificação não há quando ao mesmo tempo em que se faz cortes de verbas da educação e da saúde por falta de dinheiro, se pretende comprar armas em tempos de paz – argumentou o desembargador.

Os blindados foram escolhidos pelo Exército após concorrência pública global. O novo veículo é considerado uma viatura “caça-tanques” com canhão 120 mm, de longo alcance, capaz de disparar munições especiais, como projéteis supersônicos.

*AE

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