Os tempos sombrios em que Brasília viveu nos períodos dos governos que antecederam o atual de Ibaneis parecem ter se apagado da memória dos brasilienses e também dos pré-candidatos que participaram do primeiro debate da TV na Band.
O ex-vice-governador do Distrito Federal Paulo Octavio (PP) foi preso por volta das 21h de uma segunda-feira de junho de 2014 aqui mesmo na capital, onde o empresário construiu seu império. Suspeito de corrupção de agentes públicos para a concessão de alvarás. A liberação dos documentos envolveu, segundo as investigações, empreendimentos imobiliários no DF.
A investigação, iniciada em 2011, resultou na prisão temporária do administrador de Águas Claras, Carlos Sidney de Oliveira, e do de Taguatinga.
Paulo Octavio responde a sete ações na Justiça pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e corrupção ativa e passiva.
Ele também foi réu no mensalão do DEM – suposto esquema de pagamento de propina que envolveu o ex-governador José Roberto Arruda (PR), deputados distritais, empresários e membros do Ministério Público.
O escândalo acabou levando à renúncia de Arruda e depois a de Paulo Octavio do governo do Distrito Federal. De acordo com o Ministério Público Federal, os desvios de verbas públicas chegaram a R$ 110 milhões. Em uma das denúncias, desmembradas em 17 ações, o MP pede a devolução de R$ 739,5 milhões, corrigidos e com multas, aos cofres públicos.
Ele não aguentou a pressão e renunciou no 12º dia
Paulo Octavio governou o Distrito Federal em fevereiro de 2010. Foram 12 dias no cargo, em substituição ao então governador José Roberto Arruda (PR), que renunciou por causa do escândalo do mensalão do DEM. Ele também foi deputado e senador pelo Distrito Federal.
Em fevereiro de 2020, o político fez 70 anos e como não foi julgado até aquela data, o crime de formação de quadrilha prescreveu e o empresário escapou de punição referente a esse delito.
No primeiro debate promovido pela Band no último domingo o único pré-candidato que ousou a confrontar PO, foi justamente Ibaneis Rocha que preocupado com a mistura de atribuições questionou ao empresário se ele iria abandonar as empresas para governar, caso ganhasse as eleições. A pergunta que não quer calar por que ninguém quis saber deste fato tão relevante para a vida da cidade?
*Hamilton Silva – Jornalista, graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Católica de Brasília, pós em Gestão Pública e editor do portal DFMobilidade.