As empresas terão acesso a crédito de até R$ 1 bi, com 36 meses para pagar, com taxa de juros a 0.80 mês; Fecomércio não vê risco de desabastecimento nos supermercados do DF
Governador em entrevista antes de assinar o convênio fez apelo aos jornalistas e a imprensa de maneira geral devido à notícias falsas de que lojas e comércio seriam alcançados pelo decreto de restrição e aglomerado de pessoas.:
“Vamos evitar as fake news”
A pandemia do coronavírus (Covid-19) deve comprometer a economia do Distrito Federal. Setor da produção, como empresas de eventos, academias esportivas, restaurantes e bares, devem ver seus faturamentos caírem consideravelmente. Para que o impacto não seja intenso, o Governo do Distrito Federal, por meio do Banco de Brasília (BrB), acaba de fazer um acordo com segmentos representativos do setor produtivo e empresários locais, para liberação de linha de crédito de até R$ 1 bilhão para as empresas do DF. O acordo foi assinado ontem (17) e o serviço já está sendo ofertado nas agências do BrB.
“Será analisado caso a caso. Os empresários terão seis meses de carência, com 36 meses para pagar, com uma taxa de juros de 0.80 ao mês, portanto uma das menores taxas do mercado”, disse o presidente do BrB, Paulo Henrique Costa, durante o evento para assinatura do acordo. Ele também destacou que não há preferência por nenhum setor produtivo e nem pelo porte das empresas, adequando-se às exigências do empréstimo, todo setor produtivo estará apto a participar.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) participou da assinatura do acordo. Em sua fala, ele estacou que a medida vem para “entender o que está se passando na economia do DF”. Segundo Ibaneis, o acordo é uma forma de “socorrer” as empresas por meio de recursos que terão taxas de juros acessíveis e agilidade em suas liberações. “Certamente é bom que todos os empresários saibam, estamos cumprindo todos os critérios para a concessão dos financiamentos.”
O objetivo da liberação da linha de crédito é, de acordo com governador, uma maneira de não aumentar o nível de desemprego no DF. “A ideia é exatamente socorrer o setor produtivo para ajudar a cidade a não entrar em uma depressão econômica”, disse.
Ainda de acordo com Ibaneis, um decreto também deverá ser estabelecido para integrar todo o setor produtivo à Secretaria de Economia do DF.
Empresas
Na opinião do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), José Carlos Magalhães Pinto, a liberação das linhas de crédito vai dar “sobrevivência” às empresas e ao mesmo tempo “acalmar” os empresários que devem ser atingidos pela crise econômica provocada pelo coronavírus. “O BrB está sendo muito sensível e com certeza aprovará os créditos de forma rápida”, diz.
A rapidez na liberação do empréstimo é o que deve fazer o diferencial nesse acordo firmado. Como se trata de uma situação extraordinária, o prazo para a concessão dos empréstimos deverá ser de no máximo 72h. Em caso de empresas que já são clientes do BrB, esse prazo pode ser ainda menor.
Países desenvolvidos, como os Estados Unidos, já anunciaram que suas economias podem entrar em recessão. No Brasil, a situação é semelhante. No DF, em especial, o superintende do Sebrae, Valdir Oliveira, explica que os segmentos que mais devem ser afetados são os hotéis, restaurantes, bares, academias e empresas promotoras de eventos. “Acredito que o MEI [Microempreendedor individual] não deva sofre tanto quanto os grandes e médios empresários. Por isso, é preciso uma ação como esta para equalizar os caixas das empresas e dar a elas condições de passar pela crise”, diz Oliveira.
Abastecimento
Mesmo com aumento no prazo de duração do decreto que suspendeu aulas e eventos públicos no DF, não haverá problema com a falta de mercadorias nos supermercados. Quem assegura essa informação é o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Francisco Maia. “Nós temos a condição de atender a população tranquilamente. Não vai faltar produto nenhum, os mercados estão abastecidos, os fornecedores já foram contatados”. Mas ele também ressalta: “Agora é necessário que tenha bom senso. Não é preciso ir ao supermercado comprar coisas desnecessárias”.
Fonte: Blog do Ulhoa