Grupos de direitos humanos nos EUA criticaram o governo Joe Biden por sua expulsão planejada de cerca de 12 mil imigrantes haitianos e requerentes de asilo que estavam acampados sob uma ponte em Del Rio, Texas, depois de atravessar o Rio Grande do México.
O secretário do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), Alejandro Mayorkas, disse na segunda-feira que 6.500 migrantes e requerentes de asilo foram detidos antes do processamento e remoção dos EUA. No domingo, os primeiros voos com migrantes pousaram na capital do Haiti , Porto Príncipe.
“É completamente injusto”, disse à Al Jazeera Steven Forester, coordenador de políticas de imigração do Instituto para Justiça e Democracia do Haiti, com sede nos EUA. “Não há como o Haiti lidar com as pessoas que estão no Haiti agora, dadas as condições lá. Não pode prover para essas pessoas.”
Imagens durante o fim de semana mostraram centenas de migrantes haitianos marchando pelo Rio Grande com água até a cintura enquanto carregavam seus pertences sobre a cabeça para chegar aos EUA, pressionando o governo Biden a repensar suas políticas de imigração.
O DHS disse que a grande maioria dos migrantes será expulsa sob o Título 42, uma ordem de saúde da era Trump que cita a pandemia do coronavírus como uma razão para expulsar rapidamente as pessoas que buscam asilo na fronteira dos EUA.
“Se você vier ilegalmente para os Estados Unidos, será devolvido”, disse Mayorkas durante uma entrevista coletiva em Del Rio na segunda-feira, acrescentando que os EUA realizariam até três voos de deportação por dia. “Sua jornada não terá sucesso e você estará colocando em risco sua vida e a vida de sua família.”
Grupos de direitos humanos por meses criticaram o Título 42 como desumano, não baseado na ciência, e uma violação das próprias leis de imigração dos EUA – e eles têm pedido ao presidente dos EUA Joe Biden para reverter a política desde que ele assumiu o cargo em janeiro.
“Eles deveriam impedir as deportações”, disse Alix Desulme, que é haitiana e atua no conselho municipal da cidade de North Miami, lar de uma grande comunidade haitiana. “Foi um choro muito antes de isso acontecer”, disse Desulme à Al Jazeera.
