Governo Lula encarece carros elétricos e empurra mobilidade limpa para o luxo

Carros elétricos da BYD - foto: Divulgação
Carros elétricos da BYD - foto: Divulgação

Prepare o bolso: a política tributária do governo federal vai transformar carros elétricos em artigo de luxo quase inacessível no Brasil — e o consumidor paga a conta.

No fim de 2025 e com forte repercussão em 2026, o governo federal definiu um aumento significativo nos impostos de importação de veículos eletrificados — que incluem carros elétricos a bateria (BEVs), híbridos plug-in (PHEVs) e híbridos convencionais (HEVs). A alíquota sobre elétricos importados subiu de 18% para 25% em julho de 2025, e está programada para chegar ao patamar uniforme de 35% já em julho de 2026. Essa medida faz parte de um cronograma de retomada do imposto de importação traçado ainda em 2023 e reforçado recentemente pelo governo federal.

O resultado prático é claro: importar carros elétricos ficará mais caro no Brasil, diminuindo competitividade de veículos estrangeiros em relação a modelos produzidos ou parcialmente montados no país. A lógica oficial é incentivar a cadeia produtiva nacional e atrair investimentos, mas a reação do mercado e dos consumidores tem sido dura, sobretudo quando se trata de modelos de marcas que ainda não têm fábricas ou linhas de montagem local.

Especialistas e dados do mercado mostram que o Brasil passou a importar um número crescente de elétricos e híbridos, em grande parte vindos da China, colocando o país como um dos destinos preferidos desses fabricantes antes da escalada tributária. Entretanto, a decisão de elevar fortemente as tarifas — pressionada por lobby de montadoras tradicionais e pela própria intenção declarada de proteger a indústria local — pode frear o ritmo de adoção de veículos elétricos no Brasil, tornando o país menos competitivo no cenário global de mobilidade sustentável.

Críticos apontam que, ao invés de facilitar a transição para tecnologias menos poluentes, a política tributária está tirando o pé do acelerador da eletrificação no Brasil. Num momento em que mercados globais veem crescimento exponencial de vendas de carros elétricos, com mais de 20 milhões vendidos mundialmente em 2025, o país opta por elevar custos ao consumidor final em vez de adotar incentivos robustos à aquisição e infraestrutura.

Com a pressão de setores ligados ao automóvel tradicional e a falta de políticas claras de incentivo à produção local de elétricos, o Brasil corre o risco de perder uma janela estratégica na revolução global da mobilidade elétrica, mantendo veículos importados inacessíveis à maioria da população e afastando investimentos de longo prazo no setor.

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