Lula usa cadeia nacional para defender nova cobrança sobre super-ricos, mas medida afeta poucos e abre dúvida sobre impacto real
Em pronunciamento em rede nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a taxação dos chamados “super-ricos” como contrapartida para a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda. A mensagem buscou criar a impressão de equilíbrio fiscal, mas os próprios números apresentados pelo governo revelam um alcance limitado da cobrança e um impacto ainda incerto na arrecadação.
A nova regra isenta do IR quem ganha até R$ 5 mil mensais e reduz alíquotas para rendas até R$ 7.350. Já a taxação dos mais ricos atinge contribuintes com rendimentos anuais superiores a R$ 600 mil, com cobrança mínima de até 10%. Segundo fontes técnicas consultadas, esse grupo representa uma parcela muito pequena da população economicamente ativa, o que diminui o potencial de compensação frente à desoneração ampla concedida à base.
Enquanto o governo estima um alívio de até R$ 28 bilhões na economia devido à nova isenção, especialistas apontam que a arrecadação esperada com a taxação dos super-ricos é modesta diante do tamanho do benefício concedido. Economistas avaliam ainda que a medida, embora politicamente simbólica, tem pouco efeito prático no equilíbrio fiscal — justamente o ponto mais sensível para o governo federal neste momento.
Lula afirmou que a elite econômica “sempre pagou menos imposto de renda que os trabalhadores”, classificando a medida como “justiça tributária”. Porém, na prática, a mudança é mais uma sinalização política do que uma reestruturação profunda do sistema tributário. A amplitude reduzida dos atingidos, somada à fragilidade das estimativas orçamentárias, mantém a dúvida sobre quem, de fato, pagará a conta no médio prazo.
Para especialistas independentes, o debate real deveria envolver uma reforma mais ampla, capaz de corrigir distorções estruturais — e não apenas medidas pontuais com forte apelo retórico, mas efeito limitado.
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