Isolamento no palácio e recado explícito: Hugo Motta (Republicanos-PB) não compareceu à cerimônia de sanção do projeto de isenção do Imposto de Renda — um evento cuidadosamente preparado pelo governo como peça de campanha para impulsionar a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva.
A ausência de Motta, junto com a do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), transforma o que deveria ser ato político de projeção em simbolismo de rompimento institucional.
O gesto assume particular gravidade porque, segundo relatos, Motta foi alvo de investidas recentes do chamado “gabinete do ódio” do PT nas redes sociais — e teria rompido com o líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (RJ). Sua ausência, portanto, não é mero indisponibilidade, mas recusa política clara e carregada de significado.
A escolha de nomes concorrentes ao protagonismo do ato — como o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Renan Calheiros (MDB-AL), adversários históricos — apenas reforça o constrangimento de um Planalto que buscava montar palco de unidade. A estratégia política parece desmoronar por dentro.
O recado é claro: a costura entre Executivo e Congresso, tão vital para aprovar reformas e sustentar a agenda de governo, está hoje sob risco grave de fragmentação. Para quem esperava festa, resta o fiasco.




