Carlos Eduardo Brandt, um dos idealizadores do Pix e figura central na modernização dos pagamentos no Brasil, deixou o país após mais de duas décadas no Banco Central. A decisão, confirmada por fontes primárias do setor financeiro e pela própria movimentação de Brandt para os Estados Unidos, reacende o debate sobre a perda de especialistas altamente qualificados — um fenômeno que o governo federal insiste em tratar com naturalidade, apesar dos impactos evidentes na competitividade nacional.
A saída do executivo encerra uma trajetória familiar no Banco Central, instituição onde seu pai e seu avô também atuaram. Brandt ganhou projeção internacional pelo papel decisivo na criação do Pix e chegou a ser listado entre os nomes mais influentes do setor financeiro global. E, ainda assim, optou por continuar sua carreira fora do Brasil, agora dedicado a projetos que buscam criar um “Pix internacional”, conectando diferentes países em um sistema de transferências rápidas, baratas e simples — justamente o modelo que o Brasil adotou com sucesso e que o mundo tenta replicar.
A mudança, porém, revela mais do que um movimento pessoal. Expõe o contraste entre a inovação brasileira e o ambiente nacional, cada vez menos atrativo para profissionais especializados. Brandt justificou que o sucesso do Pix veio, sobretudo, da autonomia técnica do Banco Central, responsável por garantir concorrência, segurança e acesso amplo — elementos que, sob interferências políticas federais recentes, seguem sob tensão constante.
Enquanto os EUA ampliam espaços para experimentação tecnológica e empreendedorismo, o Brasil observa nomes estratégicos deixarem o país em busca de condições mais estáveis e competitivas. A expectativa de Brandt é que o modelo do Pix inspire o restante do mundo; a expectativa do Brasil, porém, deveria ser evitar que a inovação criada aqui continue sendo exportada junto com seus talentos.
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