O presidente Lula chegou a Joanesburgo, na África do Sul, nesta sexta-feira (21), para a Cúpula do G20 — mas encontra um cenário pouco favorável: ausência dos Estados Unidos, clima de indefinição e constrangimento diplomático. Segundo o Itamaraty, havia expectativa de discutir as tarifas impostas por Washington a diversos países, incluindo o Brasil. Porém, o governo americano, sob Donald Trump, decidiu não enviar qualquer representante ao encontro.
A decisão de Trump veio logo após a assinatura de uma ordem executiva retirando as tarifas de 40% sobre a importação de alguns produtos agrícolas brasileiros, com efeito retroativo a 13 de novembro. Ou seja, enquanto a diplomacia brasileira tentava costurar diálogos no G20, os EUA esvaziaram a reunião e impuseram sua agenda unilateralmente.
Representantes do Ministério das Relações Exteriores brasileiro admitem que, sem os EUA, cresce a possibilidade de o G20 não divulgar nenhuma declaração conjunta — algo tradicional em todas as edições. O texto final costuma representar compromissos entre os países e abordou, em 2024, temas como mudanças climáticas, conflitos internacionais e taxação de super-ricos.
A África do Sul, anfitriã do encontro, pressiona para que o documento seja mantido. O Brasil apoia “firmemente”, segundo diplomatas, mas a ausência americana deixa Lula em posição enfraquecida em uma das arenas multilaterais mais relevantes.
Mesmo com esforço para mostrar protagonismo, a cúpula caminha para ser marcada mais pelo isolamento diplomático do que por avanços concretos — exatamente o tipo de constrangimento que Brasília tenta evitar, mas que se repete em momentos de tensão com Washington.
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