Velha parceria: Gim toma posse de partido nanico e Arruda mira o PSD, uma ofensiva já manjada

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Gim Argelo, amigo de longa data de José Roberto Arruda, é daqueles personagens que se movem nos bastidores com a naturalidade de quem conhece cada fresta, cada sobra do tabuleiro político.

A recente aquisição do Avante  um partido nanico pelo comunicador — dono do blog Vero Notícias, comprado por R$ 8 milhões e com uma redação de 30 jornalistas— não é um movimento isolado; é a continuação de uma velha parceria que sobrevive às décadas, aos escândalos e às mudanças de vento em Brasília. Onde Arruda pisa, Gim costuma aparecer logo adiante, abrindo portas, arrumando a casa ou criando estruturas que podem ser úteis mais à frente. E não faltam sinais de que este é mais um desses casos.

Quando fontes afirmam que “Arruda quer tomar o PSD”, não se trata de exagero retórico. O PSD é um partido robusto: tem mais tempo de TV do que o Avante, maior fundo partidário e relevância nacional — exatamente o tipo de engrenagem que falta a quem quer voltar ao jogo com musculatura. E Arruda, mesmo com a biografia marcada por episódios conhecidos, nunca aceitou a aposentadoria política. O ex-governador tenta reorganizar seus velhos círculos e, para isso, precisa de duas coisas: estrutura e aliados fiéis. Gim oferece os dois.

O ex-presidente senador teve sua condenação cancelada pelo STJ (aquele tribunal que vendia sentenças. Lembram? Com aparência mais esguia o político aparenta disposição e estômago para retornar às articulações- foto/Divulgação

A “compra” de um partido pequeno é apenas o primeiro passo. Partidos nanicos servem para negociações, fusões, barganhas e rearranjos silenciosos, especialmente quando alguém maior mira uma legenda mais pesada como o PSD. É assim que nascem articulações: começa-se por baixo para tentar morder mais alto. E Gim, sempre discreto, funciona como operador perfeito de Arruda — é próximo o suficiente para ser leal, distante o bastante para atuar sem expor diretamente o ex-governador.

No fim, tudo indica que o jogo real não está na sigla recém-adquirida, mas no horizonte maior que se abre quando se fala em PSD. Tempo de televisão e fundo partidário não são detalhes; são a munição indispensável para qualquer projeto de poder. E quando essas ferramentas estão em disputa, ninguém deve subestimar a velha dobradinha Gim–Arruda, que segue viva, coordenada e consciente do tamanho das peças que tenta movimentar.

Por: Hamilton Silva é jornalista e editor-chefe do portal DFMobilidade. Diretor da Associação Brasileira dos Portais de Notícias 

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