Capelli transforma a ABDI em palanque pessoal: denúncia expõe máquina milionária financiada com dinheiro público
A entrevista do deputado distrital Daniel de Castro jogou luz sobre um esquema que, se confirmado, coloca Ricardo Capelli no centro de uma engrenagem de autopromoção política financiada pelo contribuinte. O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial teria transformado a estrutura pública em seu bunker digital, impulsionando ataques e projetando sua pré-candidatura ao Governo do Distrito Federal enquanto deveria estar cumprindo expediente.
Segundo Daniel de Castro, Capelli “está o tempo todo na rua”, sem folha de ponto clara, deslocamentos oficiais registrados ou autorização para atividades externas — um comportamento que, nas palavras do parlamentar, caracteriza “campanha eleitoral extemporânea”. A crítica ganha peso com os números revelados: após sua posse, os gastos da ABDI com a agência de comunicação contratada saltaram 386%, chegando a quase R$ 11 milhões, contra menos de R$ 2 milhões nos 16 meses anteriores.
O aditivo de contrato assinado por Capelli — e ampliado em 25% — coincidiu com a mudança brusca na linha editorial de suas redes sociais, agora recheadas de impulsionamentos pagos. Relatórios mostram que quase 800 publicações foram turbinadas entre agosto de 2024 e outubro de 2025, com custo estimado de R$ 188 mil e alcance de 29 milhões de impressões. Tudo isso vinculado a números de telefone e e-mails de funcionários com histórico político-partidário, incluindo nomes ligados ao PCdoB.
Além disso, a página de Capelli hoje opera com 11 administradores, sinal típico de gestão feita diretamente por agências — estrutura incomum para perfis institucionais de presidentes de autarquias, mas muito conveniente para quem mira um palanque antecipado.
A senadora Damares Alves já pediu explicações formais ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e acionou a Lei de Acesso à Informação. O deputado Daniel de Castro fez o mesmo, solicitando documentos que confirmem se Capelli cumpre expediente ou se dedica prioritariamente à sua ofensiva política digital.
O parlamentar alerta ainda para possível improbidade administrativa, peculato e uso indevido de recursos públicos para promoção pessoal. Segundo ele, o aumento repentino e desproporcional dos gastos de comunicação evidencia “o dolo do agente público” e deve ser investigado pelo Ministério Público e pela Controladoria-Geral da União.
A pergunta que permanece no ar é simples — e incômoda:
Ricardo Capelli está presidindo a ABDI ou usando a ABDI para gerenciar própria campanha?
Por: Hamilton Silva é jornalista e editor-chefe do portal DFMobilidade, economista e diretor da Associação Brasileira dos Portais de Notícias (ABBP)
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