A relação de Brasília com o automobilismo começou muito antes de a cidade ter, de fato, um autódromo. O entusiasmo por carros e velocidade surgiu durante o planejamento da nova capital, impulsionado pelo estímulo à indústria automobilística no Brasil e pelo próprio traçado viário da cidade.
Naquele dia, 55 pilotos e 47 veículos participaram de três provas. O grande vencedor foi o paulista Jean L. Lacerda, pilotando uma Ferrari, que recebeu o troféu das mãos do pentacampeão de Fórmula 1, Juan Manuel Fangio. A partir daí, a capital começou a ser cenário de corridas de rua, como os 500 km e os 1.000 km de Brasília.

A construção de um autódromo definitivo foi impulsionada por fatores políticos e econômicos na década de 1970. O “milagre econômico” e o “efeito Fittipaldi”, com o primeiro título brasileiro na Fórmula 1, criaram o contexto ideal para a obra. O Autódromo Internacional de Brasília começou a ser construído em 1972 e foi inaugurado em 3 de fevereiro de 1974.
A corrida inaugural foi uma disputa extra da Fórmula 1, vencida por Emerson Fittipaldi, que havia vencido o GP de Interlagos na semana anterior. O projeto do autódromo foi desenvolvido pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) após uma pesquisa técnica no Grande Prêmio da Argentina. O resultado foi um circuito inovador e extenso, com 5.384 metros.

Após quase cinco décadas, o traçado original foi modernizado pela primeira vez. A reforma estrutural, promovida pelo Governo do Distrito Federal (GDF) com investimento de R$ 60 milhões, manteve a essência da pista. A reabertura oficial, marcada para o dia 30 deste mês com a Stock Car, ocorre simbolicamente poucos dias após o Grande Prêmio de Interlagos.
O resgate deste local histórico é visto como um compromisso da atual administração. O autódromo, fechado há 11 anos, volta a ser um importante local de entretenimento e lazer para a população do Distrito Federal, trazendo de volta uma parte importante da história da cidade.




