Reguffe reaparece do nada para tentar relançar Paula Belmonte, deputada de desempenho mediano no DF

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Paula Belmonte tenta se reposicionar com Reguffe, mas trajetória segue marcada por polêmicas e inconsistências

O anúncio do apoio do ex-senador José Antônio Reguffe à pré-candidatura de Paula Belmonte ao Governo do Distrito Federal reacendeu debates sobre o capital político real que ambos carregam e a solidez desse projeto. Embora o vídeo divulgado nas redes sociais tenha buscado transmitir afinidade política e alinhamento em defesa de melhorias nos serviços públicos, a aliança traz consigo um histórico de desgaste público, controvérsias e questionamentos não resolvidos.

Paula Belmonte, que tenta consolidar uma imagem de independência e renovação, enfrenta críticas recorrentes por posturas consideradas voluntaristas, mudanças de posicionamento e embates que extrapolaram o debate institucional. Um dos episódios mais marcantes foi a acusação de que servidoras do gabinete do deputado distrital Daniel Donizet estariam sendo submetidas a um suposto “teste do sofá” para permanecerem empregadas. As servidoras reagiram com boletim de ocorrência por calúnia e difamação, e a Procuradoria da Câmara Legislativa recomendou sua cassação por quebra de decoro. Além disso, houve pedido formal para que a deputada fosse expulsa do próprio partido à época, entre críticas de que sua atuação política teria se aproximado de discursos extremados e confrontuais.

Outro ponto controverso envolve irregularidades apontadas nas prestações de contas de campanha, que resultaram na determinação de devolução de valores ao erário. Sua trajetória também inclui participações ativas em discursos inflamados contra o PT e contra a indicação de Flávio Dino ao STF, o que ampliou sua visibilidade, mas também acentuou divisões internas e externas, dificultando sua própria consolidação de base.

Reguffe, por seu turno, retorna ao cenário eleitoral após anos afastado, conservando a imagem de defensor da austeridade, mas sem apresentar entregas estruturantes proporcionais ao capital eleitoral que já deteve. Sua reentrada como articulador, sem mandato e sem participação efetiva nas grandes discussões recentes sobre Brasília, levanta dúvidas sobre sua capacidade de influenciar o processo eleitoral de forma concreta.

A aliança entre os dois, marcada mais por discursos genéricos do que propostas detalhadas, tenta preencher um espaço de oposição ainda difuso. No entanto, a ausência de projeto consistente e as polêmicas acumuladas podem dificultar o avanço de uma candidatura que se apresenta como alternativa, mas chega ao cenário carregando mais ruídos do que definições.

No fim, o eleitor brasiliense — experiente em campanhas intensas, reviravoltas políticas e promessas de renovação que não se consolidam — deverá avaliar se essa união representa de fato um novo caminho ou apenas a reciclagem de figuras já conhecidas em busca de reposicionamento.

Por: Hamilton Silva é jornalista e economista, editor-chefe do portal DFMobilidade. Diretor da Associação Brasileira dos Portais de Notícias (ABBP)

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