A Câmara Legislativa ouviu reivindicações dos taxistas do Distrito Federal nesta quinta-feira (31), durante comissão geral – quando a sessão ordinária é interrompida e recebe convidados para tratar de temas de interesse da comunidade –, por iniciativa do deputado João Cardoso (Avante). O objetivo do evento foi debater a situação da categoria, que conta com mais de 3,2 mil veículos autorizados. O parlamentar destacou o que considera “disparidades” do serviço em relação ao transporte por aplicativos: “Há desigualdades, inclusive na fiscalização”.
A principal solicitação dos taxistas é o reajuste da tarifa que não é majorada há cerca de oito anos. Eles pedem 30% de majoração do preço atual. Representantes da categoria, inclusive apresentaram uma planilha de custos para justificar o aumento. Além disso, trataram da necessidade de combate ao transporte clandestino, principalmente, em locais como aeroporto, rodoviária interestadual e na saída de festas e eventos.
Outros pontos do debate foram a permissão para uso de faixas exclusivas do BRT; a revisão de punição, que chega até 90 dias de suspensão, mais multa de R$ 1,5 mil, no caso de descumprimento das regras. Também a necessidade de se adicionar novos modelos de veículos à frota de táxis do Distrito Federal, para incluir “carros mais robustos”, como picapes, por exemplo, medida salientada por Sued Silvio Souza, presidente do Sindicato dos Permissionários e Motoristas Auxiliares de Táxi do DF (Sinpetaxi).
Com relação à defasagem entre os custos e o valor das corridas, “uma opção poderia ser a permissão para a utilização de Bandeira 2 durante todo o mês de dezembro, como uma espécie de socorro”, sugeriu Erik Eduardo Rodrigues, que representou os taxistas que trabalham no aeroporto – referindo-se ao sistema de cobrança das corridas com um valor maior por quilômetro rodado. A medida já foi utilizada no DF, sob a justificativa de corresponder ao “décimo terceiro” salário dos motoristas de táxi.
Dificuldades e soluções
Por sua vez, o presidente da Cooperativa Coobrás Táxi, Sergio Aureliano e Silva, acrescentou que o taxista “tem de fazer cursos, provar que não tem antecedentes criminais, realizar vistoria anual ou semestral do veículo, apresentar-se bem-vestido”, o que implica gastos a mais em relação aos aplicativos.
Da Associação dos Taxistas do DF (ASTDF), José Araújo de Carvalho Lima destacou o trabalho das mulheres taxistas, dirigindo-se às profissionais presentes ao plenário da CLDF onde foi realizada a comissão geral. Ele criticou o GDF, afirmando que “o governo atual não tem honrado a nossa categoria”. E ainda chamou a atenção para a falta de banheiros nos pontos de táxis.
Em nome da Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF, falou Walisson Perônico, subsecretário de Serviços. O gestor público relatou ações da pasta, como a realização de operações de combate à pirataria no sistema de transporte de passageiros, e se comprometeu a ouvir a categoria com vistas à revisão e à elaboração de normas mais condizentes com a situação atual do serviço. Ele informou que a secretaria irá estudar a questão do reajuste e da Bandeira 2.
Após ouvir as argumentações, o deputado João Cardoso também se manifestou garantindo que irá acompanhar o desdobramento das reivindicações e, ao mesmo tempo, junto com sua equipe, irá verificar o que será possível fazer para encontrar soluções a partir do parlamento.
Agência CLDF