O Governo do Distrito Federal (GDF) concluiu a reconstrução da base de duas pontes essenciais para a população da Fercal e iniciou os trabalhos em mais uma. Os serviços se concentram no encabeçamento das estruturas, que foi danificado pelas fortes chuvas que assolaram a região recentemente. Diversos órgãos participam da força-tarefa, com o objetivo de devolver as passagens para a população com conforto e segurança.
As obras são executadas diretamente pela Administração Regional da Fercal em parceria com o GDF Presente, Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), Secretaria de Agricultura (Seagri-DF) e Departamento de Estradas de Rodagem (DER). O trabalho envolve desde a doação de insumos, como galerias e concreto, a cessão de maquinários e mão de obra. Também participam reeducandos da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap).
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“São pontes usadas diariamente, que precisavam dessa atenção por conta das chuvas. Temos muitos produtores rurais que usam as pontes para levar produtos para a cidade, por ônibus escolares cheios de crianças, por pessoas indo trabalhar”, afirma o administrador regional interino da Fercal, Allan Souza. “Agradecemos ao grande apoio que é dado à região, permitindo que as pontes sejam liberadas em tempo ágil.”
A ponte principal da Comunidade Bananal e a que conecta a região ao Morro do Sansão, em Sobradinho II, foram liberadas para o tráfego dos moradores nos dias 18 e 20 deste mês, respectivamente. A primeira passagem tem 13 metros de extensão e havia sido interditada por orientação da Defesa Civil após o avanço do córrego sob a fundação da ponte. Para resolver o problema, houve o enrocamento de pedras em todos os lados da estrutura – técnica que utiliza rochas para proteger taludes, margens de rios e canais contra a erosão.
Já a passagem entre o Bananal e o Sansão não chegou a ser bloqueada para uso da população, mas apresentava risco de queda devido ao comprometimento da base. “O curso do rio abriu para as laterais e passou a danificar a ponte. Nós reconstruímos a cabeça dos dois lados, dando mais segurança à base e direcionando o rio. Além disso, como é uma área argilosa, nós usamos um material mais grosso, mais pesado, doados pelo DER para dar consistência ao solo da pista próxima à ponte, finalizando com expurgo de brita”, esclarece o administrador regional interino.
Morador do Bananal desde que nasceu, o pizzaiolo Tiago da Silva, 28 anos, destaca a importância da passagem da ponte que conecta com Sobradinho II para o dia a dia dos moradores do setor de chácaras. “A base estava realmente comprometida e nem o caminhão de lixo passava mais. E como aqui é nossa principal saída, estávamos com muita preocupação. Agora está muito melhor, com mais segurança”, afirma.
Na via de conexão da Comunidade Bananal com a DF-150 houve também a instalação de iluminação pública e está em andamento a colocação de meios-fios. Este serviço é feito pela Administração Regional da Fercal com doação de 2 mil meios-fios produzidos em projeto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet-DF).
Esforço contínuo
A terceira ponte a receber atenção deste GDF é localizada na Comunidade Boa Vista. As equipes iniciaram a remoção da estrutura comprometida na segunda semana de janeiro. As galerias que vão garantir a usabilidade da ponte foram doadas pela Novacap e já foram transportadas para a área.
“Para desenhar uma solução definitiva, vamos tirar toda a estrutura existente até chegar no córrego. Depois, vamos colocar galerias de concreto armado de 2,40 x 2,40 de diâmetro e 1 metro de largura. Serão 12 peças que vão nos dar uma pista de 7 metros, com folga de 1,5 metro. Com isso, vamos ter uma via mais segura e resistente”, explica o coordenador do Polo Norte do GDF Presente, Ronaldo Alves.
A ponte foi construída pelos moradores com uso de pneus e, devido à vegetação da área, costuma registrar deteriorações em períodos chuvosos. “Essa região é muito afetada pelas chuvas por conta do perfil geográfico dela, com muita inclinação, em que os cursos d’águas ganham alta velocidade”, descreve o coordenador.
Há uma década morando na Comunidade Boa Vista, o aposentado Jackson José de Oliveira, 69, revela que, sem a ponte principal, os moradores precisam utilizar uma passagem mais distante e estreita, que dificulta o trajeto de carros e ônibus escolares. “Essa reconstrução é uma vitória para nós, principalmente quem mora do lado de cima, que fica isolado sem a ponte”, pontua.