Faltando mais de dois anos para as eleições no DF, a janela partidária (intervalo de tempo em que se pode mudar de partido) movimenta os bastidores da política local.
É interessante observar como a entrada do senador Izalci no PL-DF está causando burburinho entre os bolsonaristas mais fervorosos. Um socialista fabiano se transformar num conservador histórico enseja oportunismo eleitoral.
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Muitos dos “bolsonaristas raiz” resgatam, num passado recente, o relacionamento partidário de Izalci com João Dória, do qual apelidaram de calcinha apertada, mas tudo indica que o instituto da sobrevivência política falou mais alto e Izalci pulou fora do ninho tucano.
A questão central é saber por que ele decidiu mudar para o PL. Lá ele tem chance de ser governador? Pouco provável, Bia Kicis, tão ambiciosa quanto, não permitiria. E para a vaga de senador? Bia também já disse ter esse desejo.
Izalci tem um histórico de desavenças políticas, não é mesmo? Lembro-me de quando ele presidia o PSDB-DF e acabou desgastando suas relações no partido ao impor sua candidatura para governador, causando um verdadeiro racha. Fato que defenestrou Paula Belmonte da sigla e ainda a rebaixou da Câmara dos Deputados para Distrital.
Foi assim com a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia. Esse é o modelo de trabalho. Os liberais não têm a garantia de que será diferente. Vale lembrar que o PL já sinalizou apoiar Celina Leão ao governo e compõe a base do governo Ibaneis.
Todavia, a deputada Bia está disposta a não repetir os mesmos erros do passado. Ela deixou claro que no partido existe uma ordem de chegada e que Izalci não pode simplesmente chegar e ocupar o lugar de destaque.
Se Izalci não se enquadrar, vai espalhar mais do que juntar. As coisas vão esquentar nos bastidores da política local.”
*Hamilton Silva – editor-chefe do Portal DFMobilidade, jornalista há 13 anos, economista e diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Portais de Notícias (ABBP)