Problemas na Saúde do Distrito Federal: Reflexos de um Sistema Nacional em Crise
A saúde pública no Distrito Federal enfrenta uma série de desafios que são reflexos de problemas crônicos e agudos em todo o Brasil. Recentes casos de mortes de crianças em hospitais públicos do DF chamam atenção para a gravidade da situação. Em maio de 2023, duas crianças faleceram no Hospital Regional de Taguatinga devido a falhas no atendimento de emergência. Essas tragédias são parte de um quadro maior de precariedade no sistema de saúde (SUS) do país, notoriamente dependente de recursos do ‘desgoverno Lula’.
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Dependência do Orçamento Federal e Supremacia do Governo Federal
A administração da saúde no DF é significativamente influenciada pelo governo federal, tanto em termos de políticas quanto de orçamento. Entre transferências constitucionais, legais e discricionárias para o governo e cidadãos de todo o DF, R$ 31,74 bilhões foram repassados em 2023. No entanto, essa dependência expõe a fragilidade da gestão local, que muitas vezes fica à mercê das decisões e priorizações do ‘desgoverno Lula’
Um exemplo emblemático dessa dinâmica é o caso da funcionária do Ministério da Saúde que tirou férias em meio a uma crise sanitária. Durante uma visita de inspeção ao Hospital de Base do DF em janeiro de 2024, foi descoberto que a secretária executiva do Ministério da Saúde estava de férias no exterior em meio à pandemia de dengue. Esse descaso refletiu diretamente na falta de coordenação e agravamento dos problemas no atendimento hospitalar.
Com quase 6,3 milhões de casos prováveis de dengue, sendo mais de 3 milhões confirmados em laboratório, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de países com maior número de notificações da doença em 2024.
Causas Crônicas e Seus Reflexos no Distrito Federal
Os problemas crônicos na saúde brasileira, como a falta de infraestrutura e de profissionais qualificados, têm reflexos diretos no DF. Em março de 2023, uma mulher grávida perdeu seu bebê no Hospital Regional de Ceilândia devido à escassez de médicos (por causa dos baixos salários e a ‘sabotagem/assédio aos médicos’ pelo sistema de saúde privada) e equipamentos básicos de atendimento. Em abril de 2024, o surto de dengue no DF revelou a incapacidade do sistema de saúde em lidar com emergências, com várias unidades de saúde sobrecarregadas e pacientes atendidos em corredores.
Esses casos são apenas a ponta do iceberg de um sistema que há décadas sofre com subfinanciamento, má gestão e corrupção no SUS do Brasil inteiro. A demora no repasse de verbas federais e a burocracia excessiva complicam ainda mais a situação, gerando um ciclo vicioso de ineficiência e sofrimento para a população.
Brasília teve um governador médico de 1º de janeiro de 2011; a 1º de janeiro de 2015 que foi condenado por improbidade administrativa por ter aumentado o próprio salário de médico da Secretaria de Saúde, em 2014, dentre outras notícias de corrupção. O socialista Rodrigo Rollemberg é o pai da criança chamada IGES e agora esse mesmo grupo político critica sistemáticamente o Instituto. Qual seria a razão?
Inutilidade das CPIs: Um Histórico de Ineficácia
As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) têm um histórico de pouca efetividade na resolução dos problemas estruturais da saúde. A CPI da COVID, realizada em 2021, é um exemplo claro de como essas investigações podem se transformar em palanques políticos sem resultados práticos. Apesar das promessas de mudanças e de responsabilização dos culpados, pouco foi feito para reformar o sistema de saúde. Agora, com a possibilidade de uma nova CPI na Câmara Legislativa do DF, muitos se questionam se não será apenas mais um espetáculo midiático.
A Indústria da Doença: Interesses Ocultos na Saúde
A saúde no Brasil, e no DF em particular, está inserida em um contexto onde interesses econômicos das indústrias farmacêutica e de planos de saúde desempenham um papel significativo. Em 2023, as principais empresas farmacêuticas no Brasil registraram um faturamento combinado de mais de R$ 190 bilhões. Esse montante revela a força e a influência dessas indústrias na formulação de políticas públicas.
As empresas de planos de saúde também tiveram um ano lucrativo, com um faturamento de R$ 250 bilhões em 2023 e um lucro liquido de R$ 3 bilhões. Esses números demonstram que, enquanto a saúde pública sofre com falta de recursos, a saúde privada se expande e lucra cada vez mais, muitas vezes em detrimento da qualidade do atendimento oferecido à população que depende do sistema público.
A crise na saúde do Distrito Federal é um reflexo de problemas crônicos que afetam todo o Brasil. A dependência do orçamento federal, a má gestão e os interesses econômicos das indústrias de saúde compõem um cenário desanimador. As CPIs, historicamente ineficazes, incapazes de promover as mudanças tornam-se palanques eleitorais e oportunistas (assim como chacais na carniça). Enquanto isso, a população sofre as consequências de um sistema que precisa de reformas profundas e urgentes.
Por: Por: Hamilton Silva – editor-chefe do Portal DFMobilidade, jornalista há 13 anos, economista formado pela Universidade Católica de Brasília.
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