Na noite de quarta-feira (14 de maio de 2025), um clarão chamou atenção de moradores do Distrito Federal e de outros quatro estados: Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia. Inicialmente interpretado como meteoro ou objeto não identificado, o fenômeno foi esclarecido pela Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (BRAMON) como a reentrada de um fragmento do segundo estágio do foguete Falcon 9, da SpaceX .
O fragmento corresponde ao segundo estágio usado na missão que lançou o satélite geoestacionário AsiaSat 8, em 5 de agosto de 2014, identificado no catálogo NORAD como número 40108. Após completar sua função, essa seção do veículo permaneceu em órbita como detrito espacial até que sua trajetória decaiu e culminou na reentrada atmosférica registrada em Brasília .
Conforme análise da BRAMON liderada pelo diretor técnico Marcelo Zurita, o objeto entrou na atmosfera terrestre por volta das 18h24 (horário local) em Brasília e desapareceu sobre o litoral da Bahia às 18h28, percorrendo cerca de 1.500 quilômetros em aproximadamente quatro minutos — velocidade estimada entre 6 e 7 km/s, compatível com a reentrada de lixo espacial, e não com um meteoro natural .
Especialistas em monitoramento orbital alertam para os riscos potenciais de detritos que sobrevivem à fricção atmosférica. Embora não haja registro de impacto de fragmentos no solo, pesquisas indicam que pequenas partes podem resistir à reentrada, exigindo acompanhamento contínuo para garantir a segurança em rotas aéreas e áreas habitadas. “A maior parte se queima, mas há casos em que pedaços maiores podem chegar à superfície”, explica o astrônomo Cristóvão Jacques, do Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais (Ceamig) .
Este episódio reforça a importância de iniciativas colaborativas de observação e análise, como as mantidas pela BRAMON, para identificação precoce de objetos em trajetória de reentrada e mitigação de riscos associados ao crescente volume de detritos em órbita.
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