O Consórcio Catedral, das empresas RZK Concessões e Atlântica Construções, Comércio e Serviços Ltda, assumirá logo mais à meia-noite a gestão do Rodoviária do Plano Piloto de Brasília pelos próximos 20 anos, com previsão de investimentos de R$120 milhões.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) marcou para as 23h30 desta sexta a assinatura da ordem de início do período de transferência operacional, com duração prevista de 90 dias, mas a concessionária já antecipou que buscará antecipar o prazo e assumir totalmente a operação o quanto antes. A rodoviária é o primeiro empreendimento da RZK Concessões fora de São Paulo.
A área concedida abrange todo o complexo rodoviário, além dos estacionamentos superiores próximos ao Conjunto Nacional e ao Conic, que vão funcionar em sistema rotativo.
Ibaneis é um entusiasta do sistema de concessões e já se referiu várias vezes a experiências bem-sucedidas no DF, como do Aeroporto de Brasília, a Cia Energética de Brasília (CEB), agora a cargo da Neoenergia e a Rodoviária Interestadual, administrada pelo Consórcio Novo Terminal. Ele também destaca o potencial do local para atrair novos investimentos.
“A Rodoviária tem toda a condição de ser um shopping a céu aberto, está no centro da capital, são mais de 600 mil pessoas que circulam ali todos os dias. Existe um potencial de mercado muito grande, uma possibilidade de crescimento e de melhoria para a população que utiliza o transporte público”, aponta Ibaneis. “Hoje é mais um dia que a nossa equipe de governo marca a história do DF. Tenho confiança que esse projeto em pouquíssimo tempo vai gerar bons frutos para a população”, acrescenta.
Modernização
O governo do Distrito Federal assegura que não haverá aumento da tarifa paga pelo cidadão no sistema de transporte público. Já os permissionários terão preferência de permanecer com suas lojas e negócios na Rodoviária. O trânsito das pessoas pelo local também permanecerá inalterado, sem qualquer tipo de cercamento.
O consórcio informou que a arquitetura da Rodoviária será preservada, e que banheiros, escadas rolantes e elevadores vão funcionar sem interrupções. Além disso, será modernizada.
“Nós temos problemas de segurança, de locomoção, nós temos um número grande de pessoas que vendem ali, atrapalhando o curso de quem passa na rodoviária, problemas que são históricos. A decisão de entregar para a iniciativa privada não saiu da minha cabeça, saiu daquilo que já existe, inclusive no DF. Com a antiga rodoferroviária nós tínhamos problema direto. Depois que fizeram a concessão a gente não vê [problemas]. Temos outras cidades no Brasil, como Fortaleza, Goiânia e Belo Horizonte, onde as rodoviárias são privatizadas. E nós vamos fazer o nosso trabalho de fiscalizar”, acrescentou Ibaneis Rocha.
Na visão do secretário de Transporte e Mobilidade do DF (Semob), Zeno Gonçalves, o acordo vai propiciar a estrutura que a população merece. “A concessão vai propiciar a desoneração de investimentos. O governo deixa de investir, podendo utilizar esse recurso para outras áreas, ao mesmo tempo em que chama a iniciativa privada para compartilhar tarefas, gerir os destinos da rodoviária e propiciar aquilo que os usuários e cidadãos merecem, uma rodoviária moderna e acessível, com serviços prestados com qualidade e uma operação do sistema adequado”, avalia.