O Governo do Distrito Federal (GDF) organizou a substituição da bandeira nacional neste domingo (4), por meio do Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF), na Praça dos Três Poderes. Uma das maiores expressões do turismo cívico do país, a troca é realizada sempre no primeiro domingo de cada mês, sob coordenação do Ministério da Defesa, e a responsabilidade pela execução da solenidade é intercalada entre as forças de segurança do Executivo local e o Exército Brasileiro, a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira.
Conforme o protocolo, a programação inicia com a leitura do histórico da bandeira, seguida pelo hasteamento do novo exemplar ao som do Hino Nacional e de uma salva de 21 tiros de canhão. Por fim, ocorre o arriamento da bandeira substituída, acompanhado do Hino da Bandeira, e o desfile da tropa em continência às autoridades presentes. A cerimônia foi instituída pela Lei Federal nº 5.700 em 1º de setembro de 1971, que estipula que o novo exemplar deve chegar ao topo do mastro antes da saída do antigo.
Ao todo, 150 militares participaram do desfile da tropa. “O sentimento é de orgulho porque nós estamos em frente ao símbolo da nação brasileira, que é a nossa bandeira, no meio dos três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. Isso tudo representa o nosso país. Para o Corpo de Bombeiros Militar do DF, é gratificante fazer parte desse momento”, declarou o comandante-geral da corporação, coronel Sandro Gomes.
A cerimônia deste mês, inicialmente, seria realizada pela Polícia Militar do DF (PMDF). No entanto, a corporação repassou a responsabilidade para atender outras atribuições. “Solicitei ao comandante do Corpo de Bombeiros Militar que organizasse a cerimônia e ele nos atendeu prontamente. Tivemos muitas manifestações nesta semana, o Dia de Finados, e hoje temos o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), em que todos os nossos policiais estão empenhados para que os estudantes tenham uma boa prova”, explicou a comandante-geral da PMDF, coronel Ana Paula Habka.
A substituição ocorre a cada 30 dias devido às alterações climáticas as quais a bandeira está suscetível, como temporais e ventanias. O exemplar antigo é incinerado após a cerimônia. A manutenção do mastro e dos dispositivos de arriamento é executada por empresa contratada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).
A solenidade faz parte do cronograma mensal do empresário Marcus Todeschini, 46 anos, e de seu filho, o estudante Pedro, 7. “Ele é uma criança que pede pra ouvir o Hino Nacional, então sempre que podemos a gente vem prestigiar a troca da bandeira. Faço questão de incentivar porque o patriotismo é um valor importante para o cidadão”, contou Marcus. O menino revelou que a afeição surgiu durante aulas de história e que, quando crescer, deseja trabalhar nas Forças Armadas: “Quero ser do Exército. E pretendo vir assistir até o meu falecimento.”
Os aposentados Nazaré Ferreira, 62, e Antônio Dias, 67, também participaram da celebração patriota. Os dois são de Teresa (PI) e vieram à capital federal para visitar uma tia que está doente. “Estamos aproveitando para conhecer um pouco de Brasília e tivemos o prazer de vir no dia dessa solenidade”, disse Antônio, ao que a esposa completou: “Achei tudo lindo – o desfile, os canhões, a bandeira. É uma tradição que a gente não conhecia, mas que marcou nossa visita.”
A Bandeira Nacional hasteada no coração de Brasília tem 286 m² e fica a 105 metros do chão, fixada em local de destaque. É considerada o símbolo mais importante da nação, e ostenta, na base do mastro, a inscrição: “Sob a guarda do povo brasileiro, nesta Praça dos Três Poderes, a Bandeira, sempre no alto – visão permanente da Pátria”. Além disso, é a maior bandeira do mundo, segundo o livro dos recordes, Guinness Book, com 286 metros quadrados, 20 metros de comprimento, 14 de altura e 90 quilos.